VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 23 de março de 2012

MOVIDOS PELO FISIOLOGISMO


EDITORIAL ZERO HORA 23/03/2012

A OPOSIÇÃO DOS ALIADOS

Choca o país o modo como parlamentares de uma ampla e heterogênea base aliada, frequentemente denominada como de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, vêm se posicionando em relação ao Executivo. No mesmo dia em que o Planalto insistia no fato de a crise política ter sido superada, o governo federal sofreu uma sucessão de derrotas na Câmara. O agravamento das dificuldades, expostas a partir da recusa à indicação oficial para o comando de uma agência reguladora, faz soar o sinal amarelo para o governo federal, que tem uma pauta a ser cumprida, e para o país de maneira geral, pois é a população que pode arcar com os prejuízos dessa verdadeira queda de braço.

Por força dessa que seria a sua base de apoio parlamentar, o Planalto viu ser adiada mais uma vez a votação do projeto de Lei Geral da Copa, eleito como prioridade oficial da semana. Parlamentares com algum tipo de ligação com o campo, que se constituem numa maioria e estão presentes em todos os partidos, condicionaram o exame de questões polêmicas como a liberação de álcool nos estádios em dias de jogos da Copa de 2014 à votação do Código Florestal, questão que, assim como outros temas de ordem ambiental, não interessa ao governo tratar antes da realização da Conferência Rio + 20. Além disso, os deputados federais aprovaram na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) projeto de lei retirando poderes da presidente na demarcação de terras indígenas, de quilombolas e de preservação ambiental. Finalmente, avalizaram requerimento convocando a ministra Miriam Belchior, do Planejamento, para explicar os cortes no orçamento.

Diante de tanta pressão por parte dos que deveriam se mostrar solidários em questões de interesse de um governo ao qual alegam estar aliados, parece óbvio que o Planalto não foi exatamente hábil ao promover a troca de líderes no Senado e na Câmara, no esforço de romper com algumas práticas arcaicas. O atual governo age certo ao se insurgir contra deformações crônicas na atuação de legisladores. Até agora, porém, demonstrou pouca capacidade de lidar com a complexidade de um Congresso no qual, historicamente, o que prepondera são os interesses particulares de seus integrantes, não os do conjunto da sociedade.

Por isso, ainda que o presidente da Câmara considere legítima a cobrança dos partidos aliados por cargos e pela liberação de verbas, aos olhos da nação trata-se de uma barganha escancarada e incompatível com o compromisso dos deputados e senadores com seus eleitores. O Planalto pode até estar falhando na articulação, mas não pode ser colocado contra a parede por parlamentares aliados, movidos na maioria das vezes por razões de ordem meramente fisiológica.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Até quando a sociedade organizada tolerará um parlamento que se move em proveito próprio? O Congresso Nacional tem sido pródigo em representar interesses individuais e corporativos de seus membros, do que representar seus eleitoras na solução das demandas por justiça, segurança, educação, saúde, etc.

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