VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 19 de março de 2012

O SENADOR E O BICHEIRO

EDITORIAL ZERO HORA 19/03/2012

Conhecido por suas inflamadas pregações moralistas no Senado Federal, o goiano Demóstenes Torres, líder do Democratas, ainda não encontrou argumentos convincentes para explicar sua intimidade com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, figurinha carimbada da corrupção política no país. Em 2004, ele protagonizou e patrocinou o primeiro grande escândalo do governo Lula ao filmar o subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República e ex-assessor de José Dirceu, Waldomiro Diniz, pedindo propina do jogo do bicho para a campanha eleitoral do PT. Em fevereiro último, ele foi preso pela Polícia Federal acusado de liderar uma quadrilha especializada em explorar máquinas caça-níqueis em cinco Estados.

A Operação Monte Carlo, promovida conjuntamente por PF, Ministério Público e Receita Federal, prendeu várias pessoas e identificou ligações do bicheiro com policiais e políticos, entre os quais o senador Demóstenes Torres, a quem ele deu uma geladeira e um fogão importados como presentes de casamento. A admitida amizade entre os dois também foi celebrada com uma curiosa gentileza: Cachoeira habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio da marca Nextel e os distribuiu entre pessoas de sua mais estrita confiança, com o propósito de conversar sem ser detectado por eventuais grampos telefônicos. No relatório da investigação da PF, o grupo de amigos de Cachoeira é identificado como 14+1, os primeiros foragidos ou presos junto com o bicheiro, e o 1 sendo exatamente o senador democrata. Mas os policiais conseguiram entrar na frequência dos aparelhos e gravaram quase 300 diálogos, muitos deles entre o investigado e o político.

O parlamentar garante que nada existe nas conversas que possa comprometê-lo, mas recusa-se a explicar por que fazia uso do equipamento à prova de escuta unicamente para se comunicar com o amigo enredado em falcatruas.

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