VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 23 de março de 2012

INIMIGOS NA TRINCHEIRA DO POVO BRASILEIRO

PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA. Inimigos na trincheira - ZERO HORA 23/03/2012

Até quando Dilma Rousseff resistirá à chantagem dos que só conhecem a política do toma lá dá cá? Não por muito tempo, respondem os pragmáticos que conhecem a capacidade de deputados e senadores de esticar a corda até o presidente ceder. Dilma é vítima de uma combinação explosiva: ela não tem vocação para o conchavo, as ministras responsáveis pela articulação política (Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann) são fracas, os novos líderes na Câmara e no Senado ainda estão tateando e as raposas do Congresso se aproveitam dessa fragilidade para barganhar cargos, emendas e nacos de poder.

Enquanto a vingança dos senadores foi a rejeição do nome de Bernardo Figueiredo para a ANTT, que tem impacto zero na vida real dos brasileiros, a dos deputados é mais preocupante, porque, ao retardar a aprovação da Lei Geral da Copa, estão colocando em risco a própria realização do Mundial no Brasil. Se o que movesse deputados e senadores quando votam contra o governo fosse a convicção de que o projeto não presta ou a pessoa indicada para determinada função é incompetente, tudo bem. Só que não é assim. Os aliados expressam seu descontentamento votando contra ou adiando votações que o governo considera importantes, caso da Lei da Copa.

Quando escolheu Paulo Passos para o Ministério dos Transportes, depois de comprovar irregularidades na área, Dilma estava tentando mostrar ao país que não compactuaria com o que chama de “malfeitos”. O PR insistiu em ter o ministério ou o Dnit, para administrar um orçamento bilionário. Como Dilma não quis entregar o ouro, o partido se bandeou para a oposição. Outros aliados jogam com a mesma moeda e transformam a presidente em refém.

Até agora, Dilma vinha conseguindo driblar a pressão dos aliados ancorada na popularidade colhida nas ruas por conta do bom desempenho da economia. Mas os elefantes descobriram a força que têm para fazer o país parar e, volta e meia, alguém lembra que o impeachment de Fernando Collor só existiu porque ele não tinha apoio no Congresso. Se as próximas pesquisas mostrarem qualquer queda na avaliação, aí sim é que os aproveitadores mostrarão suas garras.

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