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terça-feira, 27 de março de 2012

RELAÇÕES SUSPEITAS

Senador acuado fragiliza oposição. Aliado de Demóstenes, Alvaro Dias (PSDB) admitiu que proximidade de parlamentar com bicheiro constrange grupo político - zero hora 26/03/2012

A oposição estava mais acostumada a apontar desvios éticos no governo Dilma Rousseff mas, nas últimas semanas, sofre com um foco de constrangimento. A situação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), suspeito de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, fez com que os papéis se invertessem, pelo menos momentaneamente: PT e aliados no ataque, DEM, PSDB e PPS na defensiva.

Ontem, no plenário, um dos aliados de Demóstenes nos ataques frequentes ao governo expôs sua resignação. Alvaro Dias (PSDB-PR) admitiu o desconforto com a situação do senador goiano. Depois de admitir que a situação fragiliza os adversário do governo Dilma Rousseff, porém, Dias tentou partir para o ataque. Disse ser “ridícula” a hipótese de se abrir uma CPI no Senado para investigar a ligação entre Demóstenes e Cachoeira. Ele minimizou o fato de haver mais de 300 chamadas telefônicas gravadas entre os dois – já que as conversas teriam sido registradas em 2009.

– Começaríamos uma investigação no Senado com três anos de atraso – justificou.

O agravamento da situação do senador do DEM, a partir da sucessão de suspeitas que surgem contra ele, ficou nítido nas vozes de outros senadores. Quando as denúncias surgiram, Demóstenes foi à tribuna negar o envolvimento. À época, recebeu muitas manifestações de apoio, inclusive de governistas, que disseram acreditar na sua inocência. Ontem, muitos daqueles que saíram em sua defesa cobraram mais explicações.

– Nós não podemos tapar o sol com a peneira. O caso é grave. E esta Casa não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes – Pedro Taques (PDT-MT).

Justiça negou habeas corpus para Carlinhos Cachoeira

Já Ana Amélia Lemos (PP-RS) disse esperar por um novo discurso que esclareça as suspeitas mais recentes.

– É o que a sociedade espera de nós, o compromisso com a ética e com a lisura no desempenho das nossas funções. Não podemos tergiversar nem tolerar irregularidade porque não temos compromisso com o erro – disse.

Pivô das suspeitas contra Demóstenes, Cachoeira teve negado ontem um pedido de habeas corpus. Ele foi preso preventivamente em 29 de fevereiro e terá de seguir preso.

Na semana passada, o Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra Cachoeira e 80 pessoas, por envolvimento em uma suposta quadrilha desarticulada pela Operação Monte Carlo. O grupo seria encabeçado por Cachoeira e explorava pontos de jogos caça-níquel em Goiânia e no entorno de Brasília.

Demóstenes e a Operação Monte Carlo

INVESTIGAÇÃO - O Ministério Público Federal em Goiás denunciou na semana passada o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e mais 80 pessoas, por envolvimento em uma suposta quadrilha desarticulada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O esquema envolve a exploração de jogos caça-níqueis.

POLÍTICOS - Os investigadores enviaram à Procuradoria-Geral da República o material que envolve políticos com foro no STF. Entre os políticos sob suspeita, estão o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), e os deputados Carlos Lereia (PSDB-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), e João Sandes Júnior (PP-GO).

CONTRA O SENADOR - Demóstenes aparece em 300 gravações telefônicas conversando com Cachoeira. Ele admitiu ter recebido do empresário um telefone antigrampo. Segundo as gravações, ele teria pedido R$ 3 mil ao empresário para pagar uma despesa de táxi-aéreo. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou que ainda está analisando os dados enviados.

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