ZERO HORA 04 de novembro de 2014 | N° 17973
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
A Assembleia do Rio Grande do Sul está diante de um problema prático que deve servir de ponto de partida para a discussão da sua estrutura: por falta de espaço físico, será preciso fazer puxadinhos para acomodar as novas siglas que conquistaram assento na Casa. Dos 15 partidos com representação a partir de 2015, sete têm bancadas de apenas um (a) deputado (a), três a mais do que hoje. São eles: PSOL (Pedro Ruas), PR (Missionário Volnei), PRB (Sérgio Peres), PV (João Reinelli), PPL (Miguel Bianchini), PSD (Jardel) e PPS (Any Ortiz).
Por que uma bancada de uma pessoa só precisa de um espaço extra além do gabinete? E de sete assessores para a “bancada”, ao custo de cerca de R$ 50 mil por mês, além da equipe do seu gabinete? Registre-se que cada deputado pode contratar de nove a 15 assessores, gastando quase R$ 70 mil só com o salário desse séquito.
O momento é oportuno para que a Mesa da Assembleia discuta também o tamanho das assessorias das bancadas maiores, que podem custar até R$ 190 mil por mês em salários. Além do núcleo básico, com coordenador, chefe de gabinete de líder e cinco assessores, cada bancada ainda tem direito a mais um funcionário de confiança por deputado.
A Assembleia deveria mirar-se no exemplo de dois países ricos e democráticos, o Japão e a Alemanha, em que os deputados têm um número mínimo de assessores e ocupam gabinetes modestos. Quando precisam receber grupos maiores para uma reunião, usam espaços comuns do Parlamento, mediante reserva por tempo determinado.
Se racionalizar o uso de espaços e enxugar o número de cargos de confiança, a Assembleia não precisará fazer as obras previstas no novo plano diretor. O momento de corrigir as distorções é agora, mas quem terá coragem de cortar a própria carne em nome da solidariedade na crise?
ALIÁS
Com as finanças do Estado em situação crítica, os três poderes e o Ministério Público terão de fazer algum tipo de sacrifício em nome do equilíbrio das contas em 2015. O risco de faltar dinheiro para o pagamento de salários é real.
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