VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

TRANSPARÊNCIA SEMPRE


ZH 04 de novembro de 2014 | N° 17973


EDITORIAL



As dúvidas levantadas pelos derrotados, que merecem respostas, não podem ter a pretensão de pôr em xeque a democracia, as instituições e o sistema eleitoral brasileiro.

As manifestações que pedem auditoria nas urnas eletrônicas, promovidas no último final de semana, foram pouco expressivas e parecem refletir mais o inconformismo da derrota do que propriamente uma desconfiança fundamentada. Seria imprudente, no entanto, ignorá-las como expressão da democracia, desde que sua importância seja relativizada no contexto de uma eleição tensionada por agressões mútuas. É nesse ambiente ainda conturbado que deve ser percebida a tentativa de questionar a reeleição da presidente da República, desde que as instituições encarregadas da vigilância dos processos eleitorais ofereçam respostas às interrogações apresentadas. Um pleito caracterizado por uma clara divisão do eleitorado, com reduzida margem a favor da candidata vitoriosa, pode ter contribuído para a ampliação de manifestações que misturam contrariedade e suspeitas. Observe-se, no entanto, que eleições com estreito favorecimento numérico têm se repetido em muitas disputas pelo mundo. São diversos os exemplos de governos eleitos em confrontos que dividem países praticamente ao meio, sem que isso possa representar perda de representatividade. As democracias preservam o respeito às regras estabelecidas, e essas devem ser fortalecidas a cada eleição, e não submetidas a dúvidas motivadas por frustrações momentâneas.

Não há, como advertiu o ministro corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, nenhum motivo concreto para que se desconfie da eficiência e da lisura das urnas eletrônicas. O Brasil já consagrou esse modelo, que tem servido de exemplo a nações mais desenvolvidas. Eventuais falhas pontuais, que podem ocorrer numa eleição com esta dimensão, devem ser investigadas com transparência. Mas não podem ser usadas em tentativas de desmoralizar a eleição e os organismos oficiais nela envolvidos. Quem levanta suspeitas esquece de questionar os pleitos em que venceu. Basta observar, por exemplo, que o PSDB pediu auditoria nas eleições presidenciais, mas não fez qualquer referência aos resultados de São Paulo e dos demais Estados onde elegeu seus candidatos.

As urnas devem ser aperfeiçoadas, para que mantenham o grau de confiabilidade que conquistaram. E, mais do que as máquinas, o que deve ser respeitado, em casos como esse, são as instituições encarregadas da moralidade do mais importante momento da cidadania. O TSE saberá responder com serenidade às dúvidas apresentadas pelos inconformados e pelos adeptos da teoria da conspiração.

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