ZERO HORA 20 de julho de 2013 | N° 17497
EDITORIAIS
Antes mesmo de chegar ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco já passa uma mensagem que merece a atenção dos brasileiros, especialmente dos governantes e dos políticos. É impossível não comparar alguns gestos de despojamento e simplicidade do Pontífice com o comportamento de autoridades nacionais. Só para exemplificar: Francisco pediu à companhia Alitalia que não introduza qualquer conforto extra no voo que o trará ao Brasil, formulou aos organizadores do encontro o desejo de ficar em acomodações semelhantes às dos demais cardeais e tem entre seus objetivos ouvir e dialogar com os jovens. Tem muito a aprender com ele um país em que políticos utilizam jatinhos da FAB desnecessariamente, em que a presidente da República se hospeda com numerosa comitiva em hotéis luxuosos da Europa e no qual os jovens dizem que não se sentem representados pelos governantes e parlamentares.
Evidentemente, o propósito do líder maior da Igreja Romana não é dar lições de austeridade ao país que o recebe. Ele pretende, na verdade, reconquistar os próprios fiéis num país em que a população católica – ainda a maior do mundo – vem diminuindo. De acordo com o IBGE, o percentual de católicos brasileiros caiu de 92% em 1970 para 65% em 2010. Desde que assumiu o trono de São Pedro, em março, o Papa argentino vem adotando uma política de austeridade, de simplicidade e de aproximação com os pobres não apenas porque isso faz parte de sua personalidade de jesuíta, mas também porque acredita ser a estratégia adequada para recuperar a confiança das pessoas.
Então, mesmo que ele nem sequer mencione o exemplo da Igreja para os governantes brasileiros, a reflexão de impõe. Assim como os católicos passaram a se desinteressar por uma Igreja envolvida em escândalos financeiros e sexuais, na qual a ostentação do Vaticano e dos templos luxuosos contrasta com a mensagem de humildade cristã, também os brasileiros vêm demonstrando desencanto com os governantes, com a política e com as próprias instituições democráticas.
Neste contexto, a pregação de despojamento e austeridade chega em boa hora. E o desejável é que o Brasil supere o seu momento de turbulência para receber Francisco e os milhões de jovens de todo o mundo que estão chegando para ouvir a sua mensagem. E tomara que nossos governantes e representantes políticos também a ouçam e a absorvam.
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Antes mesmo de chegar ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude, o papa Francisco já passa uma mensagem que merece a atenção dos brasileiros, especialmente dos governantes e dos políticos. É impossível não comparar alguns gestos de despojamento e simplicidade do Pontífice com o comportamento de autoridades nacionais. Só para exemplificar: Francisco pediu à companhia Alitalia que não introduza qualquer conforto extra no voo que o trará ao Brasil, formulou aos organizadores do encontro o desejo de ficar em acomodações semelhantes às dos demais cardeais e tem entre seus objetivos ouvir e dialogar com os jovens. Tem muito a aprender com ele um país em que políticos utilizam jatinhos da FAB desnecessariamente, em que a presidente da República se hospeda com numerosa comitiva em hotéis luxuosos da Europa e no qual os jovens dizem que não se sentem representados pelos governantes e parlamentares.
Evidentemente, o propósito do líder maior da Igreja Romana não é dar lições de austeridade ao país que o recebe. Ele pretende, na verdade, reconquistar os próprios fiéis num país em que a população católica – ainda a maior do mundo – vem diminuindo. De acordo com o IBGE, o percentual de católicos brasileiros caiu de 92% em 1970 para 65% em 2010. Desde que assumiu o trono de São Pedro, em março, o Papa argentino vem adotando uma política de austeridade, de simplicidade e de aproximação com os pobres não apenas porque isso faz parte de sua personalidade de jesuíta, mas também porque acredita ser a estratégia adequada para recuperar a confiança das pessoas.
Então, mesmo que ele nem sequer mencione o exemplo da Igreja para os governantes brasileiros, a reflexão de impõe. Assim como os católicos passaram a se desinteressar por uma Igreja envolvida em escândalos financeiros e sexuais, na qual a ostentação do Vaticano e dos templos luxuosos contrasta com a mensagem de humildade cristã, também os brasileiros vêm demonstrando desencanto com os governantes, com a política e com as próprias instituições democráticas.
Neste contexto, a pregação de despojamento e austeridade chega em boa hora. E o desejável é que o Brasil supere o seu momento de turbulência para receber Francisco e os milhões de jovens de todo o mundo que estão chegando para ouvir a sua mensagem. E tomara que nossos governantes e representantes políticos também a ouçam e a absorvam.
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