RELAÇÃO TENSA
Pacote não contém vaias a Dilma. Anúncio que inclui R$ 3 bilhões para os municípios não conseguiu conter cobranças dos prefeitos, que querem mais
Com o anúncio de pacote de socorro que inclui a liberação de R$ 3 bilhões aos municípios, a presidente Dilma Rousseff tentou contornar as contínuas tensões com os prefeitos, devido à queda nos repasses do Fundo de Participação. Não adiantou. A petista, que entrou no salão principal de um hotel de Brasília, onde ocorreu a abertura da 16ª Marcha dos Prefeitos, aplaudida em pé pelos gestores, terminou vaiada e cobrada durante o seu discurso.
Os apupos à presidente começaram a partir de gritos da plateia, que pedia a revisão do Fundo de Participação dos Municípios. Os gestores lutam por um aumento de 2% nos repasses. No entanto, Dilma anunciou 1,3% a mais, o que desagradou aos administradores.
– Vocês são prefeitos como eu sou presidenta. Vocês sabem que não tem milagre. Quem falar que tem milagre na gestão pública sabe que não é verdade. Agora, nós precisamos fazer um esforço muito grande para atender aquilo que é emergencial – afirmou Dilma, em resposta às vaias.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, pediu respeito a Dilma:
– Mas parece que somos uma manada irracional. Para que vaiar? O que se ganha com isso? Eu sou o maior bronco do governo, vocês sabem como é que é – disse o gaúcho Ziulkoski, que, na marcha do ano passado, discutiu com a presidente.
O pacote de benesses do governo federal inclui o repasse dos R$ 3 bilhões em duas parcelas: uma em agosto deste ano e a segunda em abril de 2014. Os recursos serão voltados para as áreas prioritárias de cada cidade, principalmente saúde e educação. A presidente também anunciou ampliação da verba do Programa de Atenção Básica, em R$ 600 milhões ao ano, além de verba para a construção de 2,2 mil creches.
Outra medida é a inclusão de municípios com menos de 50 mil habitantes no Minha Casa Minha Vida.
Embora reconheça que os prefeitos não saíram de mãos abanando, o presidente da Famurs, Valdir Andres, considerou insuficiente o pacote.
– Não conseguimos aquilo que queríamos. Não queremos mais esmolas. Precisamos de uma melhor distribuição dos impostos – reclamou o prefeito de Santo Ângelo.
BRASÍLIA
O PACOTE - Entenda para onde vão os R$ 3 bilhões anunciados
O QUE É - O pacote representa aumento de 1,3% nos repasses do FPM. Os prefeitos queriam 2%.
EM QUE SERÁ GASTO - Saúde e educação.
QUANDO CHEGARÁ - As parcelas serão depositadas em agosto de 2013 e abril de 2014.
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