VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 14 de julho de 2013

MENOS MINISTROS




ZERO HORA 14 de julho de 2013 | N° 17491


EDITORIAL INTERATIVO


A presidente Dilma Rousseff, certamente, reconquistaria apoio popular e daria exemplo a outros escalões da República se promovesse um choque de austeridade em seu ministério.

A primeira reação da presidente Dilma Rousseff às manifestações que levaram multidões às ruas do país foi convocar seus ministros para decidir o que fazer. E reuniu uma verdadeira multidão: 39 ministros, que representam 984.330 servidores e consomem em salários R$ 192 bilhões dos R$ 611 bilhões que os ministérios gastam por ano. Fora os cargos de confiança, que somam atualmente 22.417. Ainda assim, a presidente resiste à ideia de reduzir o número de assessores diretos, sob o pretexto de que seria uma medida demagógica. Não é: o Brasil, que entrou na República com as oito pastas do marechal Deodoro da Fonseca, contava até o final do regime militar, no governo João Figueiredo, com 16 ministros. Concebida para abrigar 16 pastas na Esplanada dos Ministérios, Brasília gasta hoje mais de R$ 6 milhões mensais com aluguel de prédios para manter o excedente. É muita gente. Em vez de contribuir para gerar mais eficiência, o inchaço no primeiro escalão acaba é tornando o poder público inadministrável.

A expansão desenfreada do número de ministérios, prática vista em poucos países no planeta, coincidiu com a redemocratização. Desde Tancredo Neves, cujo plano era atuar com 23 ministérios que já haviam virado 31 a partir de José Sarney, o número se mostra crescente. O governo Fernando Henrique Cardoso operava com 24 pastas, o governo Luiz Inácio Lula da Silva acrescentou mais 11, e o governo Dilma incluiu mais quatro, na busca incessante de apoios políticos. A razão explícita deste loteamento de ministérios é a necessidade de acomodar o elevado número de partidos que tenta se manter na base de apoio parlamentar de quem se encontra no poder. Só hoje, há um número recorde de 24 partidos com representação no Legislativo. Se o número continuar aumentando, vai faltar ministério para acomodar tantos apoiadores, e ninguém deverá se surpreender se o primeiro escalão ficar maior ainda. Outros países provaram que é possível montar coalizões com um número reduzido de partidos.

É justo lembrar que a presidente da República iniciou seu mandato acenando com a perspectiva de uma faxina ética e de mais austeridade. O discurso, infelizmente, não resistiu às negociações para assegurar maioria no Congresso, levando a um recorde na atual administração: são 24 ministérios e 15 órgãos da presidência. A mais recente área contemplada com uma estrutura de primeiro escalão é a da pequena e média empresa. Por mais importante que seja para o país, esse setor poderia continuar ao abrigo do Ministério da Indústria e Comércio.

A presidente Dilma Rousseff, certamente, reconquistaria apoio popular e daria exemplo a outros escalões da República se promovesse um choque de austeridade em seu ministério, eliminando pastas inúteis, juntando outras que têm atribuições semelhantes e mostrando o caminho para o enxugamento de estruturas onerosas.

O editorial acima foi publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na sexta-feira, com links para Facebook e Twitter.

Os comentários selecionados para a edição impressa mantêm a proporcionalidade de aprovações e discordâncias entre as 388 manifestações recebidas até as 18h de sexta. A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Você concorda com o editorial que pede redução do número de ministérios?

- Totalmente de acordo. Os Estados Unidos da América têm somente quinze (15) ministérios e tudo funciona muito bem. Aqui foi criado um cabide de empregos para angariar votos. Vergonha.

João Carlos Leal

Julio de Castilhos (RS)

- É claro que o número de ministérios deve ser diminuído. Aliás, acho que deveria ser criado um grupo de estudos para propor em lei o número de ministérios e seus nomes. Assim evitaríamos que cada governante os criasse a seu bel-prazer. O mesmo penso em relação a secretarias estaduais e municipais.

Dirceu Salla

Nova Alvorada (RS)

- A máquina inchada no governo não é novidade. Existem ministérios sem ter fins para o país, somente mais um empilhamento de cabos eleitoreiros. E não são só ministérios que nada produzem. Existem outros setores também improdutivos que devem ser varridos do governo. Está na hora, com todas essas manifestações, de moralizar nosso país.

Renato Mendonça Pereira

Alvorada (RS)

- São muitos ministérios e poucos resultados práticos. A maioria é para acomodar políticos da base de apoio. Devemos protestar com o objetivo de reduzir para a metade esses ministérios. São tantos ministérios que ela não consegui reunir todos para uma reunião.

Flavio Fagundes da Silveira

Campo Bom (RS)

- A eficiência da gestão pública não está necessariamente no número de ministérios, mas tantos é sinal de ineficiência. Melhor é reduzir o seu número e usar o dinheiro que eles consomem para resolver os problemas para os quais foram criados.

Guadelupe Teresinha Bertussi

Porto Alegre (RS)

- Mais importante que isto é a redução do número de deputados e uma campanha séria pelo voto aberto em todas as matérias no Congresso Nacional. Seria mais produtivo para o país e dessa forma reduziria muito a possibilidade de corrupção e conchavos contrários ao interesse do povo e do país.

Olga Celi Oliveira, pelo Facebook

Sim, além da redução de salários e regalias!

LalaZarth, pelo Twitter

- Até o fechamento desta edição, na noite de sexta-feira, nenhum leitor havia discordado dos argumentos utilizados no editorial.

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