ZERO HORA 26 de julho de 2013 | N° 17503
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
A primeira avaliação dos governadores dos principais Estados brasileiros depois da onda de protestos que varreu o país mostra que poucos escaparam do desgaste. A pesquisa encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional da Indústria foi realizada de 9 a 12 de julho e divulgada apenas ontem, com dados parciais no caso dos governadores, o que torna impossível uma avaliação mais precisa dos resultados. É indiscutível que a presidente Dilma Rousseff perdeu popularidade: os números do Ibope confirmam outras sondagens do próprio instituto, do Datafolha e do MDA.
Entre 11 governadores avaliados, o gaúcho Tarso Genro (PT) tem o terceiro pior índice de bom e ótimo, mas isso não quer dizer que só perca para Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, na avaliação geral. Como o Ibope não divulgou os percentuais de regular, ruim e péssimo dos governadores, é impossível montar um ranking de popularidade.Tarso tem, por exemplo, o quarto melhor índice (46%) quando a pergunta é sobre a confiança no governador. Nesse quesito, perde apenas para o pernambucano Eduardo Campos (PSB), o cearense Cid Gomes (PSB) e o mineiro Antonio Anastasia (PSDB). O governador gaúcho também tem 46% na “aprovação da maneira de governar”. Fica à frente de Cabral, de Perillo, do paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e do baiano Jaques Wagner (PT).
O levantamento do Ibope sugere que as medidas adotadas pelo governador depois da onda de protestos, como o passe livre para parte dos estudantes, não sensibilizaram a população. Numa escala de zero a 10, os entrevistados deram 4,1 na avaliação das respostas de Tarso às manifestações. A resposta da presidente Dilma Rousseff mereceu nota 4,4.
A pesquisa mostra que a saúde é o calcanhar de Aquiles dos governos. Foi citada por 77% dos eleitores como o maior problema do Brasil, e por 71% como a área de pior desempenho do governo federal. Questionados sobre os três principais motivos que fariam o entrevistado participar de novas manifestações, 43% responderam “maiores investimentos em saúde” e 35% indicaram “contra a corrupção”.
SINAL DE ALERTA
O Palácio Piratini deu destaque ao fato de Tarso Genro ter o quarto maior índice de confiança entre 11 governadores avaliados, mas não pode ignorar que o governo tem somente 25% de bom e ótimo, terceiro pior resultado na pesquisa do Ibope. Além da lentidão nas obras, falta ao governo uma marca.
Ontem, na caravana que realiza pelo Interior, Tarso fez uma parada estratégica na antiga praça de pedágio de Marques de Souza, onde era cobrada a tarifa mais cara do Estado. Mesmo sem a presença de representantes dos movimentos sociais, governador subiu em um carro para discursar, exaltou a decisão do governo de não renovar as concessões e disse que o pedágio de Marques de Souza era “uma humilhação” para a região.
O fim da cobrança nas rodovias federais e a transferência das praças das estradas estaduais para a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) deverão marcar a campanha do PT na eleição de 2014.
Ontem, o governo contabilizou mais uma vitória na briga com as concessionárias: o Tribunal Regional Federal da 4ª Região considerou extinto, desde 6 de março, o contrato com a Coviplan, que explora o polo de Carazinho.
Plebiscito particular sobre a reforma
Diante do fracasso da proposta de realização de um plebiscito para saber que tipo de reforma política a população quer, o governador Tarso Genro resolveu realizar a sua própria consulta.
Nos dias 6 e 7 de agosto, junto com as prioridades no orçamento de 2014, os gaúchos deverão responder a quatro perguntas: se são a favor ou contra a reforma política, se ela deve ser feita pelo Congresso atual, pelo eleito em 2014 ou por uma Constituinte exclusiva e como deve ser o financiamento das campanhas (público, privado ou misto).
O eleitor deverá escolher, também, os temas que considera mais importantes: reforma do sistema eleitoral e do financiamento das campanhas, transparência e comportamento ético dos agentes públicos e privados, nova divisão de recursos entre União, Estados e municípios e maior participação da população nas decisões públicas.
ALIÁS
Eduardo Campos (PE) é a prova de que a onda de protestos não atingiu todos os políticos: seus índices de bom e ótimo chegam a 58%, a confiança é de 68% e o modo de governar tem aprovação de 76%.
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA
A primeira avaliação dos governadores dos principais Estados brasileiros depois da onda de protestos que varreu o país mostra que poucos escaparam do desgaste. A pesquisa encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional da Indústria foi realizada de 9 a 12 de julho e divulgada apenas ontem, com dados parciais no caso dos governadores, o que torna impossível uma avaliação mais precisa dos resultados. É indiscutível que a presidente Dilma Rousseff perdeu popularidade: os números do Ibope confirmam outras sondagens do próprio instituto, do Datafolha e do MDA.
Entre 11 governadores avaliados, o gaúcho Tarso Genro (PT) tem o terceiro pior índice de bom e ótimo, mas isso não quer dizer que só perca para Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, na avaliação geral. Como o Ibope não divulgou os percentuais de regular, ruim e péssimo dos governadores, é impossível montar um ranking de popularidade.Tarso tem, por exemplo, o quarto melhor índice (46%) quando a pergunta é sobre a confiança no governador. Nesse quesito, perde apenas para o pernambucano Eduardo Campos (PSB), o cearense Cid Gomes (PSB) e o mineiro Antonio Anastasia (PSDB). O governador gaúcho também tem 46% na “aprovação da maneira de governar”. Fica à frente de Cabral, de Perillo, do paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e do baiano Jaques Wagner (PT).
O levantamento do Ibope sugere que as medidas adotadas pelo governador depois da onda de protestos, como o passe livre para parte dos estudantes, não sensibilizaram a população. Numa escala de zero a 10, os entrevistados deram 4,1 na avaliação das respostas de Tarso às manifestações. A resposta da presidente Dilma Rousseff mereceu nota 4,4.
A pesquisa mostra que a saúde é o calcanhar de Aquiles dos governos. Foi citada por 77% dos eleitores como o maior problema do Brasil, e por 71% como a área de pior desempenho do governo federal. Questionados sobre os três principais motivos que fariam o entrevistado participar de novas manifestações, 43% responderam “maiores investimentos em saúde” e 35% indicaram “contra a corrupção”.
SINAL DE ALERTA
O Palácio Piratini deu destaque ao fato de Tarso Genro ter o quarto maior índice de confiança entre 11 governadores avaliados, mas não pode ignorar que o governo tem somente 25% de bom e ótimo, terceiro pior resultado na pesquisa do Ibope. Além da lentidão nas obras, falta ao governo uma marca.
Ontem, na caravana que realiza pelo Interior, Tarso fez uma parada estratégica na antiga praça de pedágio de Marques de Souza, onde era cobrada a tarifa mais cara do Estado. Mesmo sem a presença de representantes dos movimentos sociais, governador subiu em um carro para discursar, exaltou a decisão do governo de não renovar as concessões e disse que o pedágio de Marques de Souza era “uma humilhação” para a região.
O fim da cobrança nas rodovias federais e a transferência das praças das estradas estaduais para a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) deverão marcar a campanha do PT na eleição de 2014.
Ontem, o governo contabilizou mais uma vitória na briga com as concessionárias: o Tribunal Regional Federal da 4ª Região considerou extinto, desde 6 de março, o contrato com a Coviplan, que explora o polo de Carazinho.
Plebiscito particular sobre a reforma
Diante do fracasso da proposta de realização de um plebiscito para saber que tipo de reforma política a população quer, o governador Tarso Genro resolveu realizar a sua própria consulta.
Nos dias 6 e 7 de agosto, junto com as prioridades no orçamento de 2014, os gaúchos deverão responder a quatro perguntas: se são a favor ou contra a reforma política, se ela deve ser feita pelo Congresso atual, pelo eleito em 2014 ou por uma Constituinte exclusiva e como deve ser o financiamento das campanhas (público, privado ou misto).
O eleitor deverá escolher, também, os temas que considera mais importantes: reforma do sistema eleitoral e do financiamento das campanhas, transparência e comportamento ético dos agentes públicos e privados, nova divisão de recursos entre União, Estados e municípios e maior participação da população nas decisões públicas.
ALIÁS
Eduardo Campos (PE) é a prova de que a onda de protestos não atingiu todos os políticos: seus índices de bom e ótimo chegam a 58%, a confiança é de 68% e o modo de governar tem aprovação de 76%.
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