VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

VELHA RECEITA COM O CONGRESSO


FOLHA.COM 31/07/2013 - 03h05

Análise: Dilma recorre a velha receita com o Congresso

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

O incêndio na base aliada do governo Dilma tomou tal proporção que a dúvida, neste momento, é se o governo tem água suficiente para debelá-lo a tempo de evitar derrotas no Congresso Nacional.

Em outras palavras, o Palácio do Planalto deixou a relação com os aliados se deteriorar a tal ponto que, talvez, nem a liberação de dinheiro das emendas parlamentares, já acertada, poderá acalmar os ânimos dos governistas.

O questionamento é feito pelo líder de um partido aliado sobre a capacidade do governo de negociar a seu favor a explosiva pauta de votação que o aguarda na volta dos trabalhos do Legislativo na próxima semana.

Na agenda de votação, desde vetos presidenciais, que agora não podem mais ser engavetados e têm capacidade de gerar rombo fiscal, até projetos como os royalties do petróleo para educação.

O fato é que a presidente Dilma, enquanto esteve com a popularidade nas alturas, pouca importância deu para o relacionamento com sua base aliada no Congresso. Praticamente não recebia líderes aliados. Considerava uma perda de tempo.

Tal atitude foi o mesmo que ir jogando, aos poucos, lenha na fogueira em que ardia a relação do governo com seus aliados, que suportavam as labaredas, enquanto a presidente Dilma representava uma expectativa certa de segundo mandato.

CINZAS

A elevada popularidade, que virou cinzas, havia criado uma cortina de fumaça em torno do Palácio do Planalto, que praticou todo tipo de inabilidade política na expectativa de que o Parlamento seria sempre servil e obediente a seus desejos no Legislativo.

O governo pensava que podia tudo: segurar a grana das emendas de deputados e senadores, fechar as portas do Planalto aos líderes aliados e ter na condução da articulação política uma ministra, Ideli Salvatti, questionada por todos, inclusive por seus pares petistas.

Agora, a presidente Dilma parece ter acordado, pelo menos em parte, diante da elevada temperatura que tomou conta de sua base aliada, que esfrega as mãos na espreita de jogar na fogueira do Congresso projetos de interesse do Palácio do Planalto.

A presidente resistiu às pressões vindas dos aliados e não trocou sua articulação política, mas deu ordens para sua equipe não mais segurar o dinheiro das emendas parlamentares e mandou seus ministros reservarem parte da agenda para receber e atender pedidos dos aliados, cobrando fidelidade deles em contrapartida.

A dúvida é se, de fato, a velha receita de sempre, com uma presidente já não tão forte como antigamente, será suficiente para controlar a rebelião na base aliada.

Tudo isso às vésperas de uma eleição presidencial, num momento de queda da aprovação da petista, de economia patinando e com candidaturas na oposição ganhando espaço político.

A equipe presidencial, por outro lado, vai apelar para o senso de responsabilidade dos governistas. Afinal, o ambiente de crise econômica no mundo e no Brasil, com inflação ainda alta, não recomenda nem um pouco brincar com fogo neste momento.

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