VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 13 de julho de 2013

CORREÇÃO DE RUMO

ZERO HORA 13 de julho de 2013 | N° 17490


EDITORIAIS

Ainda não é possível vislumbrar com clareza que país emergirá desta onda de protestos de rua e de manifestações por melhores condições de vida para a população. A surpresa e confusão dos governantes e dirigentes políticos é potencializada pelo fato de que o Brasil, assim como outros países emergentes, experimentou no último decênio um salto considerável em termos de redução da histórica desigualdade social. Esse distanciamento, por si só, indica a necessidade de se repensar os mecanismos político-institucionais de representação política no país. Isso não equivale, a esta altura dos acontecimentos, a tirar soluções mirabolantes da manga. Cabe ao Congresso Nacional assumir a tarefa de ajustar, no que for possível, a legislação aos novos tempos, encarando a tarefa de discutir e votar a reforma política. Se será bem ou malsucedido, caberá aos eleitores decidir nas próximas eleições.

Se cabe ao Congresso fazer a reforma política, é exclusivamente do governo a incumbência de cuidar da economia. O Brasil transitou para um novo capítulo de sua história econômica sem ter realizado importantes ajustes, como as reformas tributária, previdenciária e trabalhista. A maior prova de que há uma mudança radical de cenário é que estamos nos aproximando do terceiro ano sem crescimento significativo do Produto Interno Bruto (PIB). A inflação acumulada dos últimos 12 meses tem se mantido em 6,5%, perto do máximo tolerável conforme as próprias autoridades monetárias. A atividade industrial, a geração de emprego e o consumo estão em baixa. Qualquer brasileiro que tenha vivido as décadas de 1970 e 1980 sabe que inflação elevada e baixo crescimento são uma combinação explosiva. Ao mesmo tempo, a nação assiste atônita a um megaempresário fartamente beneficiado por recursos públicos, Eike Batista, ver o valor de seus ativos cair a 10% da cotação de meses atrás. Esse é um sinal mais do que claro de que o governo necessita ter pulso firme e, em alguns casos, corrigir rumos antes que fatos e indicadores negativos se tornem catastróficos.

A onda de protestos de junho e a greve geral do dia 11 deixaram claro que, além dos apertos no bolso, a sociedade não se sente representada pelo Estado, em todas as suas instâncias. Há nisso aspectos louváveis e temerários. É positivo que a sociedade busque canais de se manifestar de forma autônoma, por meio das redes sociais ou da mobilização independente. Mas é preocupante que parte dessa energia se disperse em vandalismo, bloqueio de estradas e invasão de prédios públicos como ocorre na Câmara Municipal de Porto Alegre. Falta, da parte dos envolvidos nas manifestações, uma demonstração efetiva de responsabilidade com a construção de uma nação mais justa, próspera e democrática. E ela só pode partir de atitudes individuais, com cada brasileiro fazendo a sua parte e contribuindo para que as instituições funcionem.

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