JORNAL DO COMÉRCIO 18/07/2014
Aldo B. Campagnola
Aquelas pessoas que têm mais de 65 anos, e que se interessam pelo aperfeiçoamento político, devem estar aterrorizadas com a atual política praticada no Brasil. Em 1945, com a redemocratização do País, as forças que apoiavam o período Vargas eram o PSD, que de social-democrático não tinha nada, era conservador, e o PTB, partido trabalhista, social democrata de centro-esquerda. Contra Vargas foi criada a União Democrática Nacional (UDN) de centro-direita. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) pregava a revolução liderada por Luis Carlos Prestes e, finalmente, o Partido da Representação Popular (PRP), que abrigava os integralistas de Plínio Salgado, de extrema direita. Foi recriado o Partido Libertador (PL) também de oposição ao varguismo, que defendia a implantação do parlamentarismo, portanto, seis partidos.
Depois de 1964/1985, começaram a ser criados o PSDB, PT, PSB e PMDB, que já vinha do período militar, o atual PP, o PDT, criado por Brizola, que perdeu para Ivete Vargas o PTB, ainda no período militar, e começaram a ser criados verdadeiros partidos de aluguel, para apoiar qualquer governo eleito, em busca de cargos no governo federal e nos estaduais e municipais, que abrigou os governos Lula (PT) e Dilma (PT), para ter maioria no Congresso Nacional e criar ministérios para abrigar miríade de partidos, e ter a “governabilidade”. O resultado é que o Brasil hoje tem 39 ministérios, e a atual política permite que partidos sem ideologia e programas formem alianças esdrúxulas sem programas, para se abocanhar do poder, é o famoso mensalão. É nestas condições, que os brasileiros vão votar. Em meu entender, somente o parlamentarismo com monarquia (chefe de Estado neutro) poderia nos salvar desta anarquia.
Conselheiro do IBEM
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parlamentarismo...sim..é possível..e até uma proposta capaz de acabar com a centralização do poder no Executivo, com as coligações espúrias, com as trocas de vantagens e com a falta de representatividade na Casa do Povo. Mas uma monarquia afronta o pensamento republicano da temporariedade e de manter um casta dentro do Estado, situações que uma república mal conduzida reproduz nas sombras do poder, mantendo os mesmos, centralizando decisões, submetendo a justiça, gerenciando o parlamento, aumentando impostos, privilegiando uma minoria com supersalários, privilégios, verbas ilimitadas, imunidades e farras corporativas, e impedindo reformas tributária, política, judicial e constitucional.
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