POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
Pela primeira pesquisa do Ibope depois do início da campanha, no Rio Grande do Sul Dilma Rousseff tem mais eleitores do que o governador Tarso Genro, e a senadora Ana Amélia Lemos (PP) é bem maior do que seu candidato a presidente, o tucano Aécio Neves. Dilma tem 41% das intenções de voto, e Tarso, 31%. Ana Amélia lidera a pesquisa, com 37%, e Aécio tem 23%. Eduardo Campos (PSB) fez 6% no RS, dois pontos a mais do que o concorrente do PMDB ao Piratini, José Ivo Sartori, mas é menor do que o deputado Beto Albuquerque, candidato ao Senado, com 10%.
Dilma tem no Rio Grande do Sul um desempenho bem superior à média no país. A vantagem de 18 pontos sobre Aécio pode ser explicada pelo fato de ter vivido e feito carreira no Rio Grande do Sul. Aécio ainda está sendo apresentado à maioria dos eleitores gaúchos. Além disso, as únicas obras de vulto em execução no Rio Grande do Sul são federais, e isso ajuda a alavancar a candidatura da presidente à reeleição.
A diferença na avaliação dos dois governos não é suficiente para explicar por que Dilma tem 10 pontos a mais do que Tarso. Enquanto 32% dos eleitores responderam que o governo Tarso é bom ou ótimo, 36% disseram o mesmo de Dilma. A soma de ruim e péssimo é de 28% para os dois. A nota do governador é 5,5, e a da presidente, 5,6.
A justificativa para a diferença é a existência de uma candidata competitiva ao governo do Estado, enquanto os concorrentes de Dilma ainda não conquistaram os gaúchos. Por essa época, em 2010, o tucano José Serra tinha 46% no Rio Grande do Sul, o dobro de Aécio hoje, contra 37% de Dilma. No primeiro turno, Dilma fez 406.874 votos a mais do que Serra no Estado. No segundo, Serra virou e fez 119.446 votos a mais do que Dilma.
O resultado da pesquisa deve levar o PT a reforçar a identificação de Tarso com Dilma e o PSDB a ampliar a presença de Aécio no Estado e destacar o vínculo com Ana Amélia. No dia 2 de agosto, no Gigantinho, o tucano participará do primeiro comício ao lado dela.
CELEBRAÇÃO DISCRETA
Primeiros colocados no Ibope, Ana Amélia Lemos (PP) e Tarso Genro (PT) celebraram os resultados, mas evitaram euforia. A senadora pediu cautela aos militantes:
– A pesquisa sempre é um indicador de tendência, mas também um recado para a militância no sentido de não baixar a guarda, pois não tem corrida ganha. Estar na frente não significa tranquilidade para ninguém. Na política, como no futebol, a pior atitude é o salto alto.
A coordenação da campanha de Tarso preferiu destacar o reconhecimento dos eleitores de que o Estado mudou, a aprovação da maneira de governar (por 50% dos entrevistados) e o fato de 37% terem dito que acreditam na reeleição do governador.
ALIÁS
Convencido de que não tem apenas 2%, Vieira da Cunha preferiu desqualificar a pesquisa e atacar o Ibope. José Ivo Sartori atribuiu seus 4% ao fato de a campanha ainda não ter deslanchado.
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