VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

VOTO LIMPO


ZERO HORA 21 de julho de 2014 | N° 17866

CLÁUDIO BRITO*



O alvo e a abordagem são o que há de melhor na campanha da OAB, outras entidades do mundo jurídico, CNBB e sociedade civil, iniciada há poucos dias, com a bandeira de eleições limpas e o slogan “Voto não tem preço, voto tem consequência”. O eleitor é o tocado pela advertência. Quando falamos de ficha limpa dos candidatos e mobilização contra a corrupção eleitoral, também estamos certos e caminhando em rumo certo. Mas, como nunca, muito justa a proposta dos advogados e dos bispos brasileiros. O eleitor é o convidado à plena cidadania e à primeira fiscalização.

Admitir que um candidato se apresente suportado por promessas de benefícios indevidos, buscar alguma vantagem em troca do voto, omitir-se e deixar tudo como está são atitudes erradas, tanto quanto o comportamento dos políticos e cabos eleitorais que vão à luta por votos usando meios escusos. A chamada captação ilícita de sufrágio é indesejável, em relação ao candidato e ao eleitor. Quem aceita favores inconfessáveis comete a mesma barbaridade praticada por quem os oferece. E aí está o centro da campanha. O voto tem de ser limpo. Para tanto, não pode ser vendido ou trocado.

Saber quem são os candidatos, denunciar os compradores de votos e agir no sentido da conscientização de outros eleitores são normas de comportamento que a campanha quer estimular. Foi a partir de mobilização idêntica que se chegou às leis depuradoras que hoje nos dão meios para coibir e punir a corrupção eleitoral.

A reforma política? Só virá por lei de iniciativa popular, tenham certeza. E as assinaturas para isso estão sendo colhidas. Foi assim com a ideia das eleições limpas. Assine também. É a nossa hora, só depende de nós. Não cabe mais a rendição ao surrado argumento de que somos incapazes de mudar a História. Ao contrário. Só os cidadãos conseguirão fazê-lo. E tudo começa da plena consciência de que antes de ser limpa a ficha de um candidato é indispensável que o voto seja limpo. O resto é consequência.

*JORNALISTA

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