VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 12 de julho de 2014

O VALE-TUDO PELO TEMPO DE TV


ZERO HORA 12 de julho de 2014 | N° 17857


EDITORIAL




O inadmissível é que o balcão montado para negociar tempo de rádio e televisão esteja preocupado não com os interesses dos eleitores, mas com os dos próprios políticos.

Com a divulgação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da estimativa de tempo de rádio e televisão para cada candidato à Presidência da República, fica escancarado para a população o principal motivo de alianças esdrúxulas entre agremiações políticas. Os dois candidatos melhor situados nas pesquisas eleitorais contam, cada um, com o apoio de nove legendas, algumas sem qualquer expressão política, que parecem existir apenas para negociar a propaganda dita gratuita em rádio e televisão. E de gratuita não tem nada, pois o contribuinte paga a compensação pelo espaço utilizado pelos candidatos e partidos para o proselitismo eleitoral. Trata-se, sem dúvida, de uma das maiores deformações da política nacional.

Num país de dimensões continentais como o Brasil, é natural que haja uma disputa acirrada pelos espaços em emissoras de rádio e televisão. O inadmissível é que a estratégia passe longe dos interesses políticos e envolva um verdadeiro vale-tudo. Isso faz com que representantes de partidos de pouca ou nenhuma expressão insistam em permanecer na disputa, mesmo sem contar com qualquer chance de vitória. O objetivo é aproveitar ao máximo o direito a pelo menos alguns segundos adicionais no horário político obrigatório. Numa campanha eleitoral, o tempo de rádio e televisão transforma-se numa moeda de troca valiosa, levando candidatos a se comprometerem em retribuir favores depois de eleitos.

Na prática, isso faz com que, entre os dois pretendentes à Presidência da República mais citados hoje nas pesquisas presidenciais, um tenha o dobro do tempo de exposição do segundo colocado. Ambos ficam com mais da metade do tempo de veiculação. O restante é dividido entre os demais, sendo que alguns dispõem de apenas alguns segundos. Por mais que a distribuição baseie-se em parâmetros objetivos – o tamanho das bancadas dos partidos de cada coligação no Congresso –, o resultado evidencia mais um dos tantos elementos de desequilíbrio na disputa.

Um dos problemas dessa deformação é que a conta das campanhas eletrônicas, mais elevada a cada eleição, é bancada de forma direta ou indireta pelos próprios eleitores. O inadmissível, porém, é que o verdadeiro balcão montado para negociar tempo de rádio e televisão esteja preocupado não com os interesses dos eleitores, mas com os dos próprios políticos.

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