POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
Se a presidente Dilma Rousseff perder a eleição de outubro, não será pelo vexame do Brasil no jogo contra a Alemanha. Se ganhar, não será por ter chegado às semifinais pela primeira vez desde 2002, argumento do técnico Luiz Felipe Scolari para amenizar o 7 a 1. Há dezenas de outros fatores para justificar a vitória ou a derrota. Ganhando ou perdendo para a Holanda hoje, a vida seguirá seu rumo e o eleitor escolherá os candidatos pelo projeto de país que tiverem para oferecer na campanha.
Contra a reeleição de Dilma pesam o desgaste de três mandatos do PT, a falta de unidade dos partidos coligados, a perda de poder no Rio de Janeiro, com a migração de parte do PMDB para a candidatura do tucano Aécio Neves, a entrada de Eduardo Campos (PSB), que tem sua principal base eleitoral no Nordeste, a condenação dos protagonistas do mensalão, as denúncias de má gestão e de corrupção na Petrobras. Pesam, também, a crise econômica internacional, o aumento do custo de vida, a perda de popularidade do governo, a avaliação negativa das principais áreas e o desejo de mudança, expresso pelos eleitores de forma um tanto contraditória, já que Dilma continua na liderança das pesquisas.
A favor da reeleição de Dilma pode-se alinhar uma série da fatores, que passam longe dos gramados. O maior tempo na propaganda de rádio e TV permitirá fazer comparações com os governos anteriores e mostrar, embaladas pelo marqueteiro João Santana, as obras de infraestrutura e programas sociais como o Prouni, o Minha Casa Minha Vida e o Mais Médicos. A comparação dos governos Lula e Dilma com o de Fernando Henrique Cardoso, apresentada na forma de gráficos, deve incluir números como inflação, geração de emprego, taxa de juros e investimentos em saúde e educação.
ALIÁS
Se a organização da Copa tivesse sido um desastre, os adversários iriam colocar os problemas na conta de Dilma. Como tudo funcionou, tentarão ligar a presidente ao insucesso da Seleção, até porque o PT associou a imagem dela à dos jogadores.
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