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sábado, 5 de julho de 2014

CAMPANHA 50% MAIS CARA DO QUE 2010


Candidatos à Presidência estimam 49,5% a mais de gastos do que nas eleições de 2010. Onze concorrentes somados preveem despesas de quase R$ 1 bilhão

POR FERNANDA KRAKOVICS E ISABEL BRAGA
O GLOBO 05/07/2014 7:00

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BRASÍLIA — Com dois candidatos a mais na disputa, a previsão total de gastos da campanha pela Presidência da República neste ano é 49,5% maior do que há quatro anos. Na disputa pelo Palácio do Planalto, os 11 concorrentes somados preveem que suas despesas podem chegar a R$ 918,4 milhões. Em 2010 os nove candidatos protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previsão de limite de gastos de R$ 482,5 milhões, valor que, corrigido pela inflação, equivale a R$ 614 milhões.

O PT prevê gastar com a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em torno de R$ 300 milhões, um crescimento real de 34% em relação a 2010. O partido fará hoje o registro da candidatura e ainda fechava os orçamentos ontem. Já o candidato do PSDB, senador Aécio Neves (MG), prevê um limite de gasto de R$ 290 milhões. Esse valor é 26,5% maior do que o candidato tucano José Serra registrou como teto de despesas há quatro anos. O ex-governador Eduardo Campos (PSB), por sua vez, prevê gastar R$ 150 milhões, 31% a mais que a ex-ministra Marina Silva previu há quatro anos, quando era a terceira colocada nas pesquisas.

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Juntos, os gastos previstos pelos três principais candidatos neste ano — Dilma, Aécio e Campos — cresceu cerca de 30% em relação aos três principais concorrentes de 2010 — Dilma, Serra e Marina. Mas a disparidade dos candidatos do PSDB e do PT em relação aos demais é grande. Quase idênticos, os orçamentos individuais de Dilma e Aécio são quase o dobro do de Campos, que está em terceiro nas pesquisas.

Campanhas cada vez mais caras são uma reclamação constante no meio político. Para o senador Jorge Viana (PT-AC), a única saída é fazer uma reforma política e proibir a doação de empresas nas eleições:

— Se não fizermos a reforma política e mexermos no financiamento das campanhas, vai ficar cada vez mais caro. Eu apresentei um projeto (no Senado) para excluir o financiamento das empresas. Temos que voltar ao passado e fazer campanhas de baixo custo — disse o senador petista.

Já para o presidente do DEM e coordenador da campanha de Aécio, senador José Agripino (RN), quem nivela os gastos da campanha é o candidato governista:

— O candidato governista é quem normalmente tem mais capacidade de arrecadação. Os adversários acompanham porque se colocar uma previsão muito baixa, a suplementação é desgastante — disse Agripino.

O cientista político Paulo Kramer pondera que o maior custo das campanhas eleitorais não é com material, mas com serviços de comunicação e pagamento de marqueteiros. Segundo ele, como o resultado das eleições deste ano está bem mais imprevisível do que em 2006 e 2010, os candidatos ficam estimulados a investir mais.

— Nesta conjuntura muito competitiva, com resultado bem mais imprevisível que nas duas campanhas presidenciais anteriores, os organizadores da campanha da Dilma investem mais para tentar vencer. E os organizadores do Aécio entendem que vale a pena investir porque há chances reais de vencer. Uma eleição competitiva estimula os dois lados a investirem em marqueteiros, em serviços de comunicação — disse Kramer.

Neste ano, a disputa pelo Palácio do Planalto terá dois candidatos a mais porque o PSB e o PSC, que em 2010 apoiaram Dilma, decidiram lançar candidatura própria — Eduardo Campos e Pastor Everaldo, respectivamente.

O candidato do PSB, Eduardo Campos, dá início oficial à campanha visitando uma comunidade em uma cidade nas proximidades de Brasília, amanhã. Já Aécio visitará uma feira, em São Paulo. A presidente Dilma não tem agenda para o final de semana.

Além do limite de gastos, o PT e o PSDB vão protocolar hoje no TSE o registro das candidaturas de Dilma e Aécio, junto com as propostas de programa de governo. Resgatando mote utilizado pelo ex-presidente Lula na campanha de 2006, no auge do escândalo do mensalão, o nome da coligação de Dilma será “Com a Força do Povo”. O refrão do jingle utilizado por Lula naquela disputa por um segundo mandato era: “É Lula de novo, com a força do povo”.

No caso de Aécio, a tendência é que ele apresente um programa de governo detalhado com cerca de 80 páginas. Para evitar acusações de que sua campanha de oposição é sem conteúdo, o tucano deve tratar detalhadamente de todos os grandes temas do país, como Saúde, Educação, Economia, Diplomacia, Agricultura e com uma atenção especial para os programas sociais.

O programa terá um forte caráter “garantista”, na expressão de um dos responsáveis. A ideia é deixar claramente discriminado que os grandes programas de apelo público do governo do PT serão mantidos — especialmente Bolsa-Família, Prouni e Pronatec. O mantra em relação a eles é de “manter e melhorar” ou “manter e ampliar”.

PROGRAMA DE AÉCIO: ATENÇÃO À MISÉRIA

Um dos pontos altos será o compromisso com o combate à miséria — uma das principais bandeiras do governo Dilma. Aécio incluiu no programa de governo seu projeto que incorpora o Bolsa Família à Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) e dirá que a assistência deverá ser “um direito permanente das populações mais vulneráveis”. Nesse caso, trará uma meta clara: a implementação do que foi pactuado pelo Brasil nos objetivos do milênio da ONU, mas não cumprido ainda, de que nenhum brasileiro pode viver com menos de 1,25 dólar ao dia.

No campo econômico, o tucano deixará consignado promessas que deem sinalizações positivas tanto para o mercado, quanto para os trabalhadores, mas não deve se comprometer com números específicos.


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