MAIS POLÍTICA | Rosane de Oliveira
Apesar da preocupação em não repetir 2002, quando Antônio Britto e Tarso Genro se atacaram tanto que abriram caminho para a vitória de Germano Rigotto, estão delineadas as estratégias do PT e do PP de tentar antecipar o segundo turno. No debate de ontem, na Rádio Guaíba, o governador Tarso Genro e a senadora Ana Amélia Lemos protagonizaram um confronto particular, com cobranças mútuas.
Ao questionar Ana Amélia, Tarso disse que ela prometeu fazer um “choque de gestão”. Antes que completasse a pergunta, a senadora interrompeu para dizer que nunca falou em choque de gestão. Tarso reformulou a questão e propôs uma discussão sobre as funções do Estado, lembrando que os governos anteriores, dos quais o PP participou, arrocharam salários.
Ana Amélia reagia indignada cada vez que Tarso falava “o seu governo” e insistia que nunca foi governo.
A senadora questionou a política de Tarso, de usar os depósitos judiciais e de tomar empréstimos externos. Mais de uma vez, disse que Tarso está financiando o desenvolvimento com “cheque especial” e que as próximas gerações terão de pagar a conta. Também ressuscitou o debate sobre a perda da Ford, lembrando que, no confronto entre os candidatos ao Senado, Olívio Dutra disse que não se arrependia da forma como seu governo tratou a montadora. Tarso rebateu, falando do investimento da Celulose Riograndense, que trouxe mais dinheiro e mais empregos para Guaíba do que a Ford.
Tarso também foi alvo de críticas duras de Vieira da Cunha, que reafirmou sua contrariedade com a participação do PDT no governo. Vieira cobrou o petista por não tentar mudar a lei que impede o Rio Grande do Sul de buscar socorro federal para pagar o piso do magistério.
José Ivo Sartori (PMDB), que sonha repetir o fenômeno Rigotto, teve uma atuação tão discreta quanto a do primeiro debate, na Rádio Gaúcha, no dia 6 de julho.
PRIORIDADE AO RIO GRANDE
Em desvantagem nas pesquisas, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) vão intensificar a presença no Rio Grande do Sul nos próximos dois meses.
Campos vem no dia 31, para um encontro com prefeitos. A agenda inclui caminhada na Rua da Praia, inauguração de comitê e, no dia seguinte, visita a Pelotas.
Aécio participa de comício no Gigantinho, no dia 2, e já planeja outras visitas ao Estado. A avaliação é de que os 23% obtidos na última pesquisa estão muito abaixo do potencial do PSDB no Rio Grande do Sul, já que, há quatro anos, José Serra tinha 46%.
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