REVISTA ISTO É N° Edição: 2328 05.Jul.14 - 00:00
EDITORIAL
Carlos José Marques, diretor editorial
Os arautos do pessimismo e a turma do contra tiveram que aceitar as evidências: a Copa deu certo (como já previa a ISTOÉ mesmo antes do início do torneio). E aí quem capitaliza? A bola segue daqui a alguns dias para a disputa a presidente, mas nessa arena não há jogo fácil. Até as urnas, a disputa eleitoral, certamente bem mais truncada, trará outros lances decisivos. No plano econômico, por exemplo. A orientação técnica para driblar as fragilidades na área deverá ir bem além das simples promessas. Não se contornam riscos inflacionários com meros toques aqui e ali. Vencerá nessa peleja quem tiver o melhor esquema ofensivo. No plano social, carências no transporte público, na saúde e educação estão batendo de goleada todas as táticas dos sucessivos governos. É sabido que futebol e política não dão liga, ao menos não diretamente como querem supor os estrategistas partidários. O ânimo da torcida pode influenciar o clima geral do País, mas quem apostar no “já ganhou” pode ter surpresas. Inúmeros candidatos sonham com o papel de capitão em nações que sediam a Copa, mas o histórico recente e as vaias nos estádios estão a demonstrar que a plateia não gosta nem um pouco que se misturem as coisas. Dentro e fora das quatro linhas funcionou tudo a contento nas últimas semanas: aeroportos sem atrasos significativos, segurança eficiente e poucas manifestações de protesto em meio ao show de gols. Mas o Brasil da Copa não vive no “Padrão Fifa”. A maioria sabe disso, incluindo a presidenta Dilma, que enalteceu as vantagens de um país que segue o seu próprio padrão. Há controvérsias nesse aspecto. Ninguém está satisfeito, por exemplo, com a desigualdade de classes. Nem vai vestir a camisa desse ou daquele escrete político movido exclusivamente por convicções ideológicas, cada vez mais em desuso, dada a quantidade de conchavos e alianças promíscuas que embaralham programas de governo e propostas conjunturais. Entra em campo brevemente o “horário eleitoral gratuito”, tido e havido como o palco dos maiores lances. A escalação dos times partidários já conta em campo com blogueiros a espalhar virtudes de seus candidatos e tropeços dos adversários. A catimba marca esses primeiros movimentos como a testar o poder de ação e reação dos adversários, numa espécie de treino para a disputa final. Entre os titulares do confronto vigoram jogadas ensaiadas como a sucessão de inaugurações. Vencerá quem apresentar o melhor conjunto e convencer sem firulas, fazendo a galera vibrar mesmo depois da Copa.
EDITORIAL
Carlos José Marques, diretor editorial
Os arautos do pessimismo e a turma do contra tiveram que aceitar as evidências: a Copa deu certo (como já previa a ISTOÉ mesmo antes do início do torneio). E aí quem capitaliza? A bola segue daqui a alguns dias para a disputa a presidente, mas nessa arena não há jogo fácil. Até as urnas, a disputa eleitoral, certamente bem mais truncada, trará outros lances decisivos. No plano econômico, por exemplo. A orientação técnica para driblar as fragilidades na área deverá ir bem além das simples promessas. Não se contornam riscos inflacionários com meros toques aqui e ali. Vencerá nessa peleja quem tiver o melhor esquema ofensivo. No plano social, carências no transporte público, na saúde e educação estão batendo de goleada todas as táticas dos sucessivos governos. É sabido que futebol e política não dão liga, ao menos não diretamente como querem supor os estrategistas partidários. O ânimo da torcida pode influenciar o clima geral do País, mas quem apostar no “já ganhou” pode ter surpresas. Inúmeros candidatos sonham com o papel de capitão em nações que sediam a Copa, mas o histórico recente e as vaias nos estádios estão a demonstrar que a plateia não gosta nem um pouco que se misturem as coisas. Dentro e fora das quatro linhas funcionou tudo a contento nas últimas semanas: aeroportos sem atrasos significativos, segurança eficiente e poucas manifestações de protesto em meio ao show de gols. Mas o Brasil da Copa não vive no “Padrão Fifa”. A maioria sabe disso, incluindo a presidenta Dilma, que enalteceu as vantagens de um país que segue o seu próprio padrão. Há controvérsias nesse aspecto. Ninguém está satisfeito, por exemplo, com a desigualdade de classes. Nem vai vestir a camisa desse ou daquele escrete político movido exclusivamente por convicções ideológicas, cada vez mais em desuso, dada a quantidade de conchavos e alianças promíscuas que embaralham programas de governo e propostas conjunturais. Entra em campo brevemente o “horário eleitoral gratuito”, tido e havido como o palco dos maiores lances. A escalação dos times partidários já conta em campo com blogueiros a espalhar virtudes de seus candidatos e tropeços dos adversários. A catimba marca esses primeiros movimentos como a testar o poder de ação e reação dos adversários, numa espécie de treino para a disputa final. Entre os titulares do confronto vigoram jogadas ensaiadas como a sucessão de inaugurações. Vencerá quem apresentar o melhor conjunto e convencer sem firulas, fazendo a galera vibrar mesmo depois da Copa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário