Dos 55 parlamentares da Assembleia Legislativa, 46 vão buscar mais um mandato na Casa
Eduardo Amaral
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pode ter pouca renovação caso os deputados que concorrem à reeleição consigam êxito. Isso porque 83,63% dos candidatos já possuem mandatos de deputado estadual, o que representa que 46 parlamentares buscam a reeleição para se manter em uma das 55 vagas do Legislativo gaúcho.
Dos 55 deputados eleitos em 2010, apenas seis buscarão a Câmara dos Deputados e um será candidato a vice-governador na chapa de Ana Amélia Lemos (PP). Cassiá Carpes, que foi eleito pelo PTB, concorrerá pelo Solidariedade (SDD) em 2014. Com esse cenário, a composição do Legislativo estadual deve ter poucas mudanças a partir de janeiro de 2015, quando os eleitos assumem.
Na avaliação do cientista político e doutor em Sociologia Flavio Silveira, o grande número de deputados que busca a reeleição é uma consequência do sistema político do Brasil. “É muito natural que isso ocorra pelo sistema político brasileiro, que vai criando nas esferas do poder Legislativo e Executivo um grupo de pessoas que passa a exercer a função como uma carreira. A pessoa se especializa no trato da coisa pública através da atividade legislativa ou executiva e acaba tendo vantagens cada vez maiores (para se eleger)”, explica Silveira, diretor-presidente do Instituto Meta.
Dentre as bancadas com mais deputados, o PT, que é maioria atualmente, é o que mais tem parlamentares buscando a continuidade no cargo. Dos 14 deputados eleitos, apenas Raul Pont não tentará a reeleição. O parlamentar será um dos dois que não concorrerão a nenhum cargo eletivo em 2014. Além dele, Raul Carrion (PCdoB) também não tentará concorrer a nenhum cargo neste ano.
As decisões também não devem interferir nas eleições deste ano, sem causar impactos na conjuntura da Assembleia Legislativa a partir de 2015. “São decisões políticas de caráter individual que podem estar embasadas em posicionamentos político, mas essas posições acabam não tendo repercussão. Os espaços em branco são ocupados por outros”, avalia Silveira. Para o cientista político, a alteração mais significativa nas eleições de 2014 deverá ser impulsionada pela candidatura de Ana Amélia Lemos (PP) ao governo do Estado. Segundo Silveira, o processo que deve acontecer é a majoritária alavancar a candidatura proporcional do partido.
A sigla, que é bem consolidada no Interior do Rio Grande do Sul, tem sete deputados na Assembleia. O número não pode ser considerado inexpressivo, já que é o mesmo do PDT e apenas uma cadeira a menos que a do PMDB, que é a segunda maior bancada da casa. “Neste ano, o que há de diferente na comparação com os anos anteriores é a candidatura da Ana Amélia. O PP é um partido com tradição no Rio Grande do Sul, tendo uma candidatura majoritária e isso sempre fortalece as demais (proporcionais). Isso vai provocar alterações na representação da chapa, por exemplo a Yeda Crusius, quando se elegeu, fez uma bancada forte do PSDB, que não tinha bancadas fortes anteriormente”, explica.
Com a saída de Raul Carrion do cenário político, o PCdoB aposta na candidatura da deputada federal Manuela d’Ávila para manter e até ampliar as vagas na Assembleia a partir de 2015. A candidata foi recordista de votos na bancada gaúcha para deputada federal em 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário