POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
Desde a redemocratização, não se tem qualquer evidência de que o resultado da Copa do Mundo, positivo ou negativo, tenha produzido algum efeito na eleição presidencial. Será diferente agora, porque o Brasil é sede do Mundial? Dificilmente o que ocorrer em campo terá alguma influência na eleição. Depois de seis pleitos presidenciais, os brasileiros estão suficientemente maduros para torcer pela Seleção sem achar que o Hexa vai ajudar a eleger A ou B.
Os números desfazem o mito de que ganhar ou perder a Copa impacta nas urnas. Em 1994, o Brasil foi campeão nos Estados Unidos e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se elegeu presidente da República no primeiro turno. O que uma coisa tem a ver com a outra? Nada. FH se elegeu porque era ministro da Fazenda de Itamar Franco e incorporou a figura de pai do Plano Real, que debelou a inflação.
Em 1998 o Brasil perdeu a Copa da França, mas FH se reelegeu, também no primeiro turno, graças ao sucesso do real. Quatro anos depois, o Brasil foi Penta no Mundial da Coreia do Sul e do Japão, mas a crise econômica tinha desgastado o governo e o vencedor foi Lula (PT), disputando com o tucano José Serra. Em 2006 o Brasil foi eliminado na Alemanha, mas Lula se reelegeu no segundo turno, concorrendo com Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2010, novamente o Brasil perdeu, mas Lula conseguiu fazer da estreante Dilma Rousseff sua sucessora, graças à popularidade dos programas sociais e ao bom momento da economia.
Na eleição de outubro, Dilma enfrentará desgaste pelos protestos contra os gastos públicos na Copa – ônus de ser sede –, mas nada indica que o desempenho do time de Felipão possa ter algum efeito nas urnas.
Na dúvida, os candidatos deverão, pelo menos publicamente, torcer pela Seleção. Ontem, ao iniciar a entrevista coletiva ao lado do craque Neymar, Felipão fez questão de agradecer aos telefonemas e mensagens de três pessoas, nesta ordem: da presidente Dilma Rousseff, do senador Aécio Neves e do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
DE FRENTE PARA O RIO
A reforma dos armazéns não ficou pronta para a Copa do Mundo, mas o Cais Mauá terá uma área aberta ao público de hoje até o dia 13 de julho. Batizado de Embarcadero, o espaço junto ao pórtico central foi inaugurado no final da tarde de ontem, em uma festa para convidados, com a presença do prefeito José Fortunati e do chefe da Casa Civil, Carlos Pestana. No armazém A, os visitantes poderão assistir a jogos e a shows e experimentar a chamada “comida de rua”. No B, começa hoje a feira Sabor Gaúcho, de produtos da agricultura familiar. A direção do Cais Mauá espera receber 60 mil pessoas nos próximos 30 dias.
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