VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 21 de junho de 2014

CEGUEIRAS, DE IDEIAS


ZERO HORA 21 de junho de 2014 | N° 17835

ARTIGOS


Nei Alberto Pies*




“Não é triste mudar de ideias. Triste é não ter ideias para mudar.”
Barão de Itararé


Cada vez é mais comum deparar-se com alguém intolerante com as ideias que não sejam as suas. Intolerante com as ideias e pensamentos alheios, muitos desejam “eliminar” os seus contrários ou contraditórios. Em nome da verdade, pregam e vociferam contra tudo e contra todos que, supostamente, possam contrariar suas certezas.

Todos deveriam ter a sua ideo-logia. Todos deveriam seguir determinadas ideias para não serem pensados pelos outros. Todos deveriam manifestar suas opiniões, mas sem a pretensão de anular os pensamentos dos outros. Todos deveriam praticar o exercício da escuta respeitosa. Todos deveriam considerar que algum talvez não mudará as suas ideias, mas que o tempo e a persistência das afirmações poderão encarregar-se de mudanças bem significativas nos modos de ser, pensar e agir de todos. É preciso sempre acreditar que as lições de vida sempre se encarregam de modificar as pessoas.

Na política e na religião, as ideias rígidas e fixas tornam-se extremamente perigosas. As ideologias cristalizam verdades absolutas, com as quais é impossível dialogar. Quando não há mais diálogo, abrimos espaço imediato para ações desprovidas de razão. Aí, então, a emoção e a paixão cegam as pessoas, levando-as a agir sem a medida da razão. Perigoso mesmo é quando as mesmas ideias produzem catarses coletivas, também chamadas de “lavagem cerebral”.

Cada um desenvolve um método para lidar com os intolerantes e insensatos. Tudo o que estes esperam é que a gente reproduza a sua intransigência. Por isso mesmo, é preciso exercer muita paciência, associada ao tempo e ao bom senso. Antes tarde que mais tarde, muitos reconhecerão não a nossa razão, mas a consistência daquilo que a gente pensa e daquilo que a gente faz. O que nos derruba diante dos outros é sempre a incoerência.

A abundância das informações no mundo do conhecimento imprime a ideia de verdade como uma busca, não como uma afirmação definitiva. A questão que se coloca agora é como lidar com esta perspectiva da verdade, num momento em que a humanidade, contra a sua evolução, afirma-se em novos fundamentalismos. Como afirma o poeta alemão Henry Charles Bukowski Jr, “o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas idiotas estão cheias de certezas”.

Cegueiras fazem mal às pessoas e não permitem que suas ideias sejam modificadas, mas servem de pretexto para impor suas verdades absolutas. Eu prefiro evitá-las!


*PROFESSOR E ATIVISTA DE DIREITOS HUMANOS

Um comentário:

Vitória Muniz disse...

Meu professor é f.o.d.a