VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

RICO NÃO ELEGE NINGUÉM



FOLHA.COM, 16/06/2014



VINICIUS MOTA




SÃO PAULO - Uma das vacinas recomendadas contra as bobagens disseminadas em época de eleição no Brasil é a que evita cair no conto da gincana de classes.

Uma divisão entre eleitores ricos e pobres, diz a lenda, seria o motor da política. O processo levaria a um confronto final entre o candidato dos abastados, de um lado, e o dos despossuídos, do outro.

Os lamentáveis insultos dirigidos à presidente Dilma Rousseff na partida de abertura da Copa parecem ter redespertado esse mito da dicotomia eleitoral. Quem estava no Itaquerão há de ter notado o perfil mais elevado de renda da grande maioria dos espectadores.

A campanha da reeleição habilmente iniciou uma contraofensiva de marketing na manhã seguinte. Tratava de situar a presidente como vítima da intolerância de uma elite egoísta. Daí a identificar Dilma como a candidata do polo pobre, dentro daquele esquema lendário, foi apenas um pequeno passo.

Para o bem da presidente, o estrato de renda representado no estádio do Corinthians em 12 de junho não é capaz de eleger ninguém. Nem prefeito de São Paulo, nem governador de Minas, nem presidente da República. Se houvesse escrutínio para subprefeito de Pinheiros ou do Leblon, talvez conseguisse.

Famílias com renda mensal per capita acima de R$ 3.600 não chegam a 5% da população brasileira. No país, 150 milhões --3 de cada 4 habitantes-- dispõem de menos de R$ 1.500 para passar o mês. Estes brasileiros decidem quem ganha e quem perde votações majoritárias.

Mas o lado ruim da equação para Dilma é que nenhum presidente recebe baixa aprovação --como os 33% conferidos a ela no mais recente Datafolha-- sem frustrar expectativas de dezenas de milhões de brasileiros mal remediados. Não são os ricos que estão turvando a perspectiva da reeleição, e a campanha de Dilma Rousseff sabe disso.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É claro que os ricos elegem e muitos, pois são os ricos que doam dinheiro para as campanhas e não os pobres. Os candidatos que conseguem o maior aporte de dinheiro doado são os que detêm maior condição de fazer propaganda e de agregar militantes e eleitores tanto na classe média como na classe pobre. 

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