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sábado, 14 de junho de 2014

XINGAMENTOS CONTRA A PRESIDENTE



ZERO HORA 14 de junho de 2014 | N° 17828


PROTESTOS ABERTURA DA COPA



“Não vou me deixar perturbar por xingamentos”, diz Dilma




Um dia depois de ser vaiada por parte do público na cerimônia de abertura da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff reagiu ontem afirmando que não irá se deixar “atemorizar” por xingamentos e que esse tipo de manifestação não a abate ou enfraquece. A presidente lembrou que sofreu tortura física durante a ditadura militar e nem essa situação extrema a desviou do caminho que traçou para seguir.

– Não vou me deixar perturbar, atemorizar por xingamentos que não podem sequer ser escutados por crianças e famílias. Aliás, na minha vida pessoal, enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade, situações que chegaram num limite físico. Superei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do meu rumo, dos meus compromissos, nem do caminho que tracei para mim. Quero dizer para todos, não serão xingamentos que vão me intimidar, não me abaterei por isso – disse.

As declarações foram feitas durante discurso na inauguração da primeira etapa do BRT Expresso DF, Eixo Sul, no Distrito Federal. Na quinta-feira, após o término da cerimônia de abertura da Copa, no estádio Itaquerão, alguns torcedores fizeram xingamentos à presidente e aos representantes da Fifa. As manifestações foram em dois momentos antes da partida: após a chegada de Dilma ao estádio e após a execução do Hino Nacional, já a poucos minutos do início do jogo. No segundo tempo, ela foi xingada mais duas vezes.


BRASÍLIA | Carolina Bahia - Vai encarar?

Partir para o ataque e não deixar desaforos sem resposta faz parte da estratégia de campanha de Dilma. Foi o que ela colocou em prática ontem, ao avisar que não será intimidada por xingamentos e vaias, como os da torcida mal-educada no Itaquerão. Dilma, assim, carimba a origem das hostilidades: a oposição, a classe média abonada, os tucanos de São Paulo. No início da semana, ela já havia classificado de oportunismo deslavado a adesão repentina dos adversários ao Bolsa Família e ao Mais Médicos. Dilma nunca fez o estilo paz e amor. Partindo para a briga de vez, ela fortalece o discurso petista presente também nos Estados do nós contra eles.



ROSANE DE OLIVEIRA - FOI FALTA DE EDUCAÇÃO, SIM


Os xingamentos à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa foram tão ou mais falados do que o pênalti duvidoso que garantiu o segundo gol do Brasil. Pior do que a falta de educação dos espectadores que usaram uma expressão de baixo calão para atacar a presidente da República foram as justificativas dos que defenderam a agressão verbal, como se mandar alguém tomar no c... fosse uma forma legítima de protesto.

A vaia começou na área VIP do estádio, onde o ingresso custava R$ 990, e em seguida se espalhou por outras áreas do Itaquerão.

Embora não tenha conseguido disfarçar o abatimento causado pelo episódio no Itaquerão, ontem, em uma cerimônia em Brasília, a presidente deu uma resposta calculada sobre as vaias e xingamentos:

– Não vou me deixar atemorizar por xingamentos que não podem nem sequer ser escutados pelas crianças e pelas famílias.

Cercada de petistas, Dilma fez menção ao período do regime militar, quando foi presa e torturada:

– Não suportei apenas agressões verbais. Foram agressões físicas quase insuportáveis, e nada me tirou do meu rumo. Nada tirou de mim os compromissos que assumi ou os caminhos que tracei para mim.

Principal adversário de Dilma na eleição, o senador Aécio Neves (PSDB) disse que as vaias e xingamentos são “um retrato do sentimento dos brasileiros em relação ao governo”:

– Acho que ela colhe um pouco daquilo que plantou ao longo dos últimos anos. Alguém que governa com mau humor permanente, com arrogância, sem dialogar com a sociedade brasileira – completou.

O candidato do PSB, Eduardo Campos, usou argumento semelhante, sem uma condenação explícita às agressões verbais:

– Talvez a forma não tenha sido a melhor de expressar esse mau humor (da sociedade), essa discordância, mas o fato é que vale o ditado: a gente colhe o que planta.

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