VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 21 de junho de 2014

O ÓDIO TOMOU CONTA

REVISTA ISTO É N° Edição: 2326, 20.Jun.14 - 20:50



EDITORIAL


Carlos José Marques, diretor editorial



A radicalização dos discursos políticos de candidatos e aliados turvou a corrida presidencial em meio à Copa. A baixaria das declarações colocou por terra as chances, ao menos momentaneamente, de um bom confronto de ideias e projetos visando melhorias para o País – o que, no fundo, é o que interessa. Em uma vaia de torcida seguida de deplorável xingamento, Lula enxergou a oportunidade de vitimar a presidenta Dilma, que anda em baixa nas pesquisas. Ato contínuo, tratou de resgatar o surrado argumento de uma suposta luta de classes em voga por essas bandas. 

Ao que tudo indica, o líder petista acredita piamente no conceito de país dividido e tenta manipular parte da opinião pública com a ladainha do “nós” contra “eles” – bem entendido os dois grupos não necessariamente encaixados nos limites socioeconômicos de “pobres” e “ricos” e sim dentro do parâmetro de quem apoia e quem é contra a reeleição da candidata do governo. O artifício de ensejar um ambiente hostil é perigoso e pode gerar efeito contrário ao esperado, colando a imagem de extremista no propagador da mensagem. 

Na prática, ao atacar o que chama de preconceito e ódio das elites, Lula converteu-se, ele mesmo, no maior difusor de palavras de ordem agressivas e com forte apelo à intolerância. Nos últimos dias ele deu mostras de desejar um combate sangrento no ringue, defendendo o uso de subterfúgios rasteiros como a tática do medo adotada recentemente em campanha publicitária, tal e qual as armas já usadas por seus adversários anos atrás. 

É bem verdade que do lado da oposição também vieram impropérios – como o de dizer que esse é “um governo comandado por um bocado de raposa que já roubou o que tinha que roubar” –, em nada ajudando a serenar os ânimos. 

E assim, de injúrias em injúrias, a eleição desceu ao mais baixo nível possível, com os postulantes à Presidência se distanciando ainda mais do voto daqueles que almejam por alternativas construtivas. Se esse vai ser o tom da campanha daqui por diante, é difícil prever, mas historicamente o clima de animosidade tem elevado de maneira significativa o grau de rejeição dos eleitores. 

Não por menos, os índices de votos brancos e nulos têm batido recordes seguidos. Um recado claro de que a população anseia por saídas inovadoras, longe do bate-boca vulgar.

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