POLÍTICA. Rosane de Oliveira
Há um recado claro das ruas expresso nos resultados da última pesquisa do Datafolha, na qual os três principais candidatos perderam pontos: o eleitor está desencantado. O número mais relevante (e preocupante) da pesquisa não é o das intenções de votos de Dilma Rousseff (34%), Aécio Neves (19%), Eduardo Campos (7%) e Pastor Everaldo (4%). É o crescimento do índice de indecisos e a persistência dos eleitores dispostos a votar nulo ou em branco.
Na pesquisa feita nos dias 7 e 8 de maio, 8% dos eleitores disseram não saber em quem votar. Um mês depois, esse número pulou para 13%. Há um mês, 16% dos entrevistados responderam que pretendiam votar em branco ou anular o voto. Hoje, esse contingente de desencantados com as opções disponíveis está em 17%. Somados aos indecisos, significa que 30% – quase um terço do eleitorado – não encontraram seu representante em nenhum dos candidatos.
Para efeito de comparação, por esta época, em 2010, as pesquisas mostravam Dilma e José Serra empatados com 37% das intenções de voto e Marina Silva em terceiro, com 9%. A soma dos indecisos com os que pretendiam votar nulo ou em branco era de 17%.
O desgaste de Dilma (que perdeu três pontos de um mês para outro) é compreensível: além do desgaste natural de ser governo, a presidente paga a conta dos atrasos nas obras da Copa, mesmo quando a responsabilidade é das prefeituras e dos clubes. É dela que os críticos do Mundial cobram por investir em estádios um dinheiro que falta na saúde, na segurança e na infraestrutura, áreas críticas para o governo.
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