ZERO HORA 04 de junho de 2014
Deputados suplentes gastaram R$ 75,7 mil em divulgação antes de deixarem o mandato
Suplentes da bancada gaúcha na Câmara, Ronaldo Nogueira (PTB) e Fernando Marroni (PT) entregaram os mandatos em março e abril, respectivamente. Mas, antes, aproveitaram os últimos meses de verba indenizatória para gastar, juntos, R$ 75,7 mil com “divulgação da atividade parlamentar”.
Só Marroni usou R$ 53 mil da verba nesta rubrica entre janeiro e março. Para imprimir 130 mil exemplares do seu informativo – tiragem superior a de revistas nacionais, como Placar -, o deputado gastou R$ 47,4 mil com a Gráfica Sem Rival, de Pelotas.
Nota de divulgação do deputado Marroni
Pelas notas que Marroni apresentou à Câmara para ser ressarcido, em fevereiro foram impressas 100 mil unidades do informativo, ao custo de R$ 37.090. Em março, são mais R$ 10.350 com 30 mil exemplares.
É curioso que os informativos de fevereiro e março são idênticos. Publicações de quatro páginas, com as mesmas reportagens sobre o mandato do parlamentar. Sua equipe só teve o trabalho de trocar as datas.
Já Ronaldo Nogueira gastou R$ 22,7 mil com divulgação, sendo que R$ 18,8 mil foram na Gráfica e Editora Sagrada Família, localizada em Soledade. São duas notas, de fevereiro e março, com valor de R$ 9,4 mil cada.
Nas duas oportunidades foram impressas 155 mil unidades do informativo, composto por duas páginas. Ao todo, conforme as notas, Nogueira pegou 310 mil exemplares, soma que supera a tiragem dos grandes jornais de circulação no Brasil.
Nota do deputado Ronaldo Nogueira
O uso da verba indenizatória em divulgação é permitido por lei, só fica proibido 120 dias antes da eleição, se o parlamentar for candidato. Marroni e Nogueira concorrerão a deputado federal em outubro, assim como Paulo Ferreira (PT), mais um dos suplentes gaúchos que deixou à Câmara em março. No entanto, Ferreira não gastou com divulgação em 2014.
Os suplentes tiveram de entregar os mandatos em virtude da legislação eleitoral, que obriga o retorno à Câmara dos titulares que exerciam cargos de ministro ou secretário de Estado e pretendem concorrer. Foram os casos do ex-ministros Maria do Rosário e Pepe Vargas, ambos do PT, e do ex-secretário Luiz Carlos Busato, do PTB.
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