PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - zero hora 10/08/2011
Se não fosse a necessidade de agradar a aliados ávidos por cargos, a presidente Dilma Rousseff poderia ter limado, antes da posse, o Ministério do Turismo e outros tantos de utilidade duvidosa. Ainda é tempo. A prisão de 35 pessoas ligadas ao ministério, entre as quais o secretário executivo, Frederico Silva da Costa, poderia ser o pretexto para implodir a pasta e dar outro rumo ao turismo, atividade econômica das mais relevantes.
A desimportância do Ministério do Turismo ficou evidente quando Dilma aceitou nomear Pedro Novais, um zero à esquerda apadrinhado pelo senador José Sarney, que agora o enjeita. Novais passou todo o primeiro semestre sem conseguir uma audiência com a presidente, o que por si só já atesta a irrelevância de seu papel.
O Turismo poderia muito bem ser um departamento do Ministério do Desenvolvimento ou atribuição de uma Embratur modificada, já que a estrutura atual produziu aberrações. Ou a prisão de Mário Moysés, ex-presidente da Embratur, não é indício de que a empresa está precisando passar por uma devassa?
A operação de ontem, somada às denúncias dos últimos dias, pode passar aos incautos a ideia de que a corrupção aumentou no governo Dilma. Quem acompanha o dia a dia da política brasileira tem outra impressão, a de que esquemas antigos estão sendo desmontados (seja pela polícia ou pela guerra entre adversários políticos que buscam espaço dentro do governo) e que muito lixo varrido para baixo do tapete nos últimos anos começou a aparecer. Mário Moysés, um dos presos, foi chefe de gabinete de Marta Suplicy, quando ela comandou o Ministério do Turismo, e teve, segundo a senadora petista, “conduta exemplar”.
É possível que nem todos os presos tenham culpa no cartório. A Justiça dirá quem está encrencado e quem foi preso ou acusado indevidamente, mas o que a Operação Voucher mostra, a priori, é que o Ministério do Turismo, hoje, é mais uma pedra no caminho da presidente da República.
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
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