ZERO HORA 14 de janeiro de 2015 | N° 18042
EDITORIAIS
Depois de se aferrar com insistência à política de irrealismo tarifário, que levou até mesmo a uma alteração de regras há dois anos para permitir uma redução média de 20% na contas de energia, o setor elétrico decidiu apresentar a conta. O ônus das trapalhadas bancado até agora pelos impostos dos contribuintes sob a forma de vultosos repasses do Tesouro, suspensos a partir deste ano acabou mais uma vez sendo transferido para o consumidor, sob a forma de tarifas mais elevadas.
A estimativa mais recente é de que ocorram pelo menos dois aumentos neste ano – a correção anual da distribuidora e um reajuste extraordinário para bancar gastos extras, como os decorrentes de subsídios. Tanto no setor elétrico quanto nos demais serviços hoje sob a responsabilidade do governo, tarifas públicas precisam ser sempre realistas, para evitar a cobrança de defasagens mais à frente. Também não podem se prestar a outros interesses, como populismo de ordem eleitoreira. Sempre que isso ocorre, sobra para o consumidor – e a conta, como se constata agora, acaba saindo maior do que deveria, com impacto também sobre a inflação.
Energia é um item essencial, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. A geração desse insumo exige recursos públicos volumosos e planejamento rigoroso das obras, a médio e longo prazos, para garantir redução de custos e rigor no cumprimento de prazos. O que a sociedade deseja é que os prestadores de serviço nessa área sejam pautados pela eficiência, habilitando-se a atuar sempre com preços competitivos.
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