VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 25 de janeiro de 2015

O VEXAME HISTÓRICO



ZERO HORA 25 de janeiro de 2015 | N° 18053.


INFORME ESPECIAL | Tulio Milman


Eu posso escolher quem eu quiser. A frase da deputada Marisa Formolo revela o poder destrutivo da grande praga que nos assola. Misturar o público e o privado é uma epidemia nacional. A entrega de 20 medalhas a parentes, promovida pela deputada, é um exemplo explícito dessa patologia. Pior: o episódio é tão grotesco, que nos obriga a dizer o óbvio.

Não. A deputada não pode escolher quem ela quiser. Ela é um agente público. Deveria escolher alguém que representasse alguma coisa para o Estado e para os seus eleitores. Para a família, existem os encontros de domingo e as ceias de Natal. Uma coxa de peru para um, um pedaço do peito para o outro. Medalhas? Na Assembleia? É patético.

Gosto de ideia de homenagear uma família. Mas a de alguém que morreu pela falta de policiamento ou a de algum cidadão que espera meses na fila do SUS.

O que mais me surpreende nesse enredo deplorável é o fato de ninguém ter conseguido convencer a deputada de que ela estava empurrando a própria reputação no abismo. Onde estavam as amigas? Os colegas de bancada? E esses familiares? Não cumpriram com o dever básico de lealdade, que é evitar o vexame de alguém tão próximo.

Não discuto aqui a qualidade humana e a honestidade dos homenageados. Mas o episódio todo é um deboche. Se tivesse o mínimo de autocrítica, a deputada pediria desculpas e pagaria do próprio bolso todas as despesas do absurdo que protagonizou.

E daria uma medalha a cada um dos seus eleitores. Esses, sim, merecem.

O gesto amenizaria em parte.

Nenhum comentário: