ZERO HORA 28 de janeiro de 2015 | N° 18056
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
DILMA ROMPE SILÊNCIO E FALA À EQUIPE
A primeira manifestação da presidente Dilma Rousseff depois do anúncio das primeiras medidas amargas de seu segundo mandato foi a leitura de uma carta de intenções, na primeira reunião do novo ministério. Sem se aprofundar, a presidente passou por temas espinhosos, como as mudanças no seguro-desemprego, o aumento de impostos e a corrupção na Petrobras. Os termos usados para dourar a pílula lembraram as marolas linguísticas dos líderes do PSDB, que deram origem ao neologismo tucanização.
Com o semblante tenso, a presidente começou tentando convencer o país de que as mudanças no seguro-desemprego são “adequações às novas condições socioeconômicas do país” e não representam supressão de direitos trabalhistas, aqueles que na campanha ela garantiu que não cortaria “nem que a vaca tussa”. Falou dos números bons, dos empregos gerados, do aumento do salário mínimo e da elevação da expectativa de vida para justificar as restrições de acesso ao seguro desemprego e as mudanças nas pensões do INSS por morte.
O ajuste fiscal, que inclui o corte de um terço dos gastos dos ministérios até a aprovação do Orçamento de 2015, foi vendido como “um reequilíbrio para preservar as políticas sociais”, “estimular o crescimento” e “viabilizar o aumento dos investimentos”. A presidente usou uma frase cara aos tucanos e historicamente repudiada pelos petistas:
– Vamos fazer mais gastando menos.
Na longa lista das medidas que serão adotadas nos próximos meses, Dilma destacou o combate à corrupção, o fortalecimento da Petrobras, o aperfeiçoamento do Supersimples, para eliminar as barreiras que travam o crescimento da micro e pequena empresa, a redução da burocracia e a continuidade das concessões de rodovias, portos, aeroportos e hidrovias.
ALIÁS
Um paradoxo do discurso de Dilma foi o pedido para que os ministros se comuniquem com a sociedade e não deixem críticas sem resposta. A presidente é avessa a entrevistas e passou quase todo o mês de janeiro em silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário