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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

MÁGOA, INTRIGAS E RELAÇÕES CORTADAS NO ADEUS DE MARTA SUPLICIY

ZERO HORA 12 de janeiro de 2015 | N° 18040


POLÍTICA + | Rosane de Oliveira



Mágoa e intrigas na hora do adeus

Prestes a deixar o PT, partido do qual foi uma das fundadoras, a senadora Marta Suplicy incendiou os bastidores da política no fim de semana com uma entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde, em sua estreia no jornal O Estado de S.Paulo. Ou o PT muda ou acaba, sentenciou a quase ex-petista.

Na entrevista, Marta diz sobre Dilma o que outros petistas só falam nos bastidores. Ataca o jeito de ser da presidente, tratada como teimosa e incompetente, critica a política econômica com a veemência de um adversário e detalha o movimento (fracassado) para tirar Dilma do páreo e fazer do ex-presidente Lula o candidato ao Planalto na eleição passada.

Marta conta que Lula queria ser candidato e estimulou o movimento, mas acabou voltando atrás. Diz, sem meias palavras, que Lula está afastado de Dilma, o que explicaria a demissão de todos os ministros ligados a ele.

Curiosamente, Marta fala mal do governo Dilma e se diz “estarrecida com os desmandos”, mas nada fala sobre a corrupção do governo Lula. É como se o mensalão não tivesse existido nem a roubalheira na Petrobras grassado na gestão do ex-presidente.

A senadora não consegue esconder a mágoa por ter sido preterida quando Lula disse que sua sucessora seria uma mulher e, em vez de escolher uma petista histórica, como ela ou Marina Silva, optou por Dilma. Chega ao absurdo de especular que ficou “meio de fora das coisas” por ser “loura de olho azul”. Os maiores ataques são dirigidos ao ministro Aloizio Mercadante, que, na visão de Marta, quer ser o candidato do PT a presidente em 2018.



RELAÇÕES ROMPIDAS




A foto acima é do dia em que a presidente Dilma Rousseff deu posse à senadora Marta Suplicy como ministra da Cultura, em 13 de setembro de 2012. Marta substituía Ana de Hollanda, mais conhecida por ser irmã de Chico Buarque do que por suas ações na Cultura.

Em pouco mais de dois anos à frente do ministério, Marta teve uma atuação pálida. Sua principal realização foi a implementação do vale-cultura, que demorou para decolar e não teve a repercussão desejada.

No final do ano passado, quando o combinado era a demissão coletiva dos ministros, para facilitar a montagem da nova equipe, Marta se rebelou. Enquanto a presidente Dilma Rousseff estava na Austrália, divulgou uma carta com críticas ao governo, na qual deixava claro o rompimento.

O último ato antes da entrevista em que sela seu afastamento do PT foi usar o Facebook para detonar a indicação de Juca Ferreira para o Ministério da Cultura, dizendo que ele cometeu desmandos, mas sem apontar quais.

Aliás

Se tem pretensão de concorrer a presidente em 2018, interessa a Lula se distanciar de Dilma para não ser associado ao eventual fracasso do mandato dela. A discrição dele na posse mostrou que o criador está se afastando da criatura.

o governo ainda não bateu o martelo, mas deve encaminhar à assembleia, no início de fevereiro, projeto extinguindo cargos em comissão. no primeiro momento, a ordem é não preencher cerca de 30%.




ZERO HORA 12 de janeiro de 2015 | N° 18040


ATAQUE AO GOVERNO. Marta Suplicy critica Dilma

UMA DAS FUNDADORAS do PT, senadora não poupa colegas de partido em entrevista a jornal


Em entrevista publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, a ex- ministra da Cultura e senadora Marta Suplicy (PT) fez uma série de críticas à presidente Dilma Rousseff e aos rumos do PT, partido que ajudou a fundar. Segundo ela, “ou o PT muda ou acaba”. Marta citou episódios em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também teria criticado Dilma. Lula e a presidente optaram pelo silêncio e não comentaram as declarações da senadora.

Marta diz que o ex-presidente gostaria de ter sido candidato em 2014. A senadora, porém, afirma que Lula “nunca admitiu” esse desejo a ela.

– Nunca admitiu, mas decepava (sic) ela: “Não ouve, não adianta falar” – contou.

Para Marta, Lula pode ter desistido de enfrentar Dilma para evitar “uma disputa em que os dois iriam perder”. A senadora definiu a política econômica de Dilma como “fracasso” e disse que a presidente não mudou os rumos da gestão “porque isso fortaleceria a candidatura do Lula”. Apesar de elogiar a nova equipe econômica, com Joaquim Levy e Nelson Barbosa, Marta sugere não acreditar que eles terão independência para trabalhar.

– É preciso ter humildade, e a forma de reconhecer os erros é deixar a equipe trabalhar. Mas ela (Dilma) não reconheceu na campanha nem no discurso de posse. Como que ela pode fazer agora?

Questionada se a nova equipe econômica poderia recorrer a Lula se contrariada, a senadora afirmou, referindo à jornalista:

– Você não está entendendo. O Lula está fora, totalmente fora.

Sobre a cisão entre lulistas e dilmistas no partido, Marta definiu o atual chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, como “inimigo” e disse que o presidente da sigla, Rui Falcão, “traiu o projeto do PT”. A senadora aposta em uma disputa entre Mercadante e Lula em 2018.

– Mercadante mente quando diz que não será candidato. Ele é candidatíssimo e está operando nessa direção desde a campanha, quando houve complô dele com Rui e João Santana (marqueteiro do partido) para barrar Lula.

Marta se disse decepcionada com o partido e que se sente “há muito tempo alijada e cerceada”.

– Cada vez que abro um jornal fico estarrecida (...) É esse o partido que ajudei a criar e fundar?

Apesar disso, a senadora diz que ainda é uma “decisão duríssima” a de abandonar o PT:

– Não tomei a decisão nem de sair, nem para qual partido, mas tenho portas abertas e convites de praticamente todos, exceto PSDB e DEM.

Ela também não confirma se disputará a prefeitura de São Paulo em 2016, mas diz que a mudança de sigla não ocorrerá em função disso. No caso, ela enfrentaria o prefeito Fernando Haddad (PT).

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“Lula é um grande estadista, mas não quis enfrentar a Dilma. Pode ser da personalidade dele não ir para um enfrentamento direto, ou porque achou que geraria uma tal disputa que os dois iriam perder.”

“O Mercadante (Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil) é inimigo, o Rui (Rui Falcão, presidente do PT) traiu o partido e o projeto do PT, e o partido se acovardou ao recusar um debate sobre quem era melhor para o país, mesmo sabendo as limitações da Dilma. Mercadante mente quando diz que Lula será o candidato. Ele é candidatíssimo e está operando nessa direção desde a campanha, quando houve um complô dele com Rui e João Santana (marqueteiro do PT) para barrar Lula.”

Marta Suplicy

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