ZERO HORA 27 de janeiro de 2015 | N° 18055
EDITORIAIS
Mesmo possuindo a maior reserva de água doce do planeta, o Brasil está ameaçado de passar pela mais grave crise de racionamento de água e energia de sua história. O problema do desabastecimento que começou em São Paulo, e que foi transformado em tema político na última disputa eleitoral, já se estende a outros Estados importantes e populosos como Rio de Janeiro e Minas Gerais. E outras unidades federativas também já sofrem cortes de energia por conta da baixa capacidade dos reservatórios e dos mananciais que movem as turbinas hidrelétricas.
Políticas equivocadas, imprevidência administrativa, falta de investimentos, consumo inadequado e desperdício, modelos ultrapassados de geração de energia e de preservação ambiental, todos esses fatores de irracionalidade estão na origem do caos que se avizinha. O desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa vêm alterando o regime de chuvas e determinando estiagens agudas e prolongadas como a que atinge atualmente a Região Sudeste.
É hora, portanto, de uma gestão de crise por parte do governo federal e das administrações estaduais. Não adianta apenas rezar para que chova ou responsabilizar adversários políticos pela tragédia anunciada. O que o país precisa, neste momento de apreensão, é de um programa racional de consumo, acompanhado por medidas efetivas de correção de erros passados, como a construção de reservatórios em áreas mais necessitadas, rigorosa proteção ambiental e investimentos em fontes alternativas de energia.
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