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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

INDIGNAÇÃO SELETIVA COM AS PENSÕES



ZERO HORA 26 de janeiro de 2015 | N° 18054


POLÍTICA + | Rosane de Oliveira




O grenalismo que contamina a política no Rio Grande do Sul explica a indignação seletiva nas redes sociais com o requerimento de Tarso Genro para se habilitar à pensão de R$ 30.471,11 a que têm direito os ex-governadores vivos e as viúvas dos que já se foram. Se a pensão é absurda para Tarso, que acabou de deixar o cargo, é também para todos os outros. Por que não questionar o benefício para todos os que o recebem?

Quando era deputado, o hoje prefeito de Passo Fundo, Luciano Azevedo, fez da eliminação da pensão uma das suas bandeiras. Protocolou a proposta na Assembleia, mas não conseguiu o apoio de seus pares para aprová-la. Uns foram contra porque sonham chegar ao Piratini, outros, porque não querem prejudicar um companheiro, e, outros tantos, porque acham legítimo o ex-governador ter uma fonte de renda vitalícia para governar sem se preocupar com o futuro. A OAB contesta a legalidade do benefício.

O benefício foi criado para o ex-governador Ildo Meneghetti, que enfrentava sérias dificuldades financeiras na velhice, e, a partir de então, garantido a todos. O único que não recebe é Pedro Simon, mas ele deve requerer o benefício quando terminar o mandato de senador.

O Estado paga pensões mesmo quando o ex-governador recebe o teto de fonte pública, caso de Jair Soares, aposentado como dentista da Assembleia. Todos os outros têm alguma fonte de renda, pública ou privada. Em 2014, o custo para os cofres públicos foi de R$ 3,6 milhões.

Além dos sete ex-governadores, o Estado paga pensão às viúvas de Euclides Triches, Synval Guazzelli e Amaral de Souza e a uma ex-namorada de Leonel Brizola, que a família dele reconheceu como companheira em união estável. Marília Pinheiro Martins recebe 100% da pensão no Rio Grande do Sul e 50% no Rio de Janeiro, Estado que Brizola também governou.




ALIÁS

Por ser considerada um “direito adquirido”, é improvável que a pensão dos ex-governadores venha a ser cortada no Rio Grande do Sul, mas é possível mudar as regras para o futuro e, no mínimo, impedir a acumulação com outros benefícios do setor público.



VERGONHA ALHEIA

As medalhas concedidas pela deputada Marisa Formolo a 21 familiares, e que viraram motivo de chacota, entraram na pauta da reunião da executiva estadual do PT, marcada para as 9h de hoje.

Companheiros de partido estão constrangidos com a falta de noção de Marisa, embora avaliem que a repercussão é desproporcional ao fato. Na eleição passada, a deputada não conseguiu se reeleger.

É possível que na reunião seja aprovada uma recomendação a Marisa para que reconheça o erro e tome alguma providência. Só ela pode pedir aos parentes para que devolvam as medalhas, porque ilegal não é.

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