JORNAL DO COMÉRCIO 13/01/2015
Carlos Rodolfo Schneider
Na administração pública federal, temos mais de 100 mil cargos de confiança (CCs). Na Grã-Bretanha, são 300, e na Alemanha, 170. Obras públicas no Brasil dificilmente são concluídas no prazo ou dentro do orçamento. Falta planejamento, faltam projetos adequados, falta ética. A Petrobras tem proporcionado fartos exemplos. A refinaria Abreu e Lima, ainda por concluir, evoluiu de um orçamento de R$ 4 bilhões para quase R$ 40 bilhões atualmente. Somente em janeiro de 2010, após vários bilhões gastos, o conselho de administração resolveu pautar um estudo de viabilidade econômica do empreendimento.
Segundo o economista Paulo Rabello de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), “gasta-se para agradar grupos, para pacificar descontentes, comprar mais poder, para ir ficando”. Em um ranking da eficiência do gasto público, o Brasil só conseguiu ficar à frente de nove países de um total de 144. O nosso vizinho, Chile, está entre os 10 mais eficientes. Há anos, permanecem nas gavetas de Brasília propostas para conter gastos com seguro-desemprego, auxílio-doença, pensão por morte, e outros mais. O professor Yoshiaki Nakano, um dos fundadores do MBE, relata que é essencial a reforma do setor público e a imposição por lei de um teto para o crescimento das despesas correntes.
A própria equipe da presidente Dilma Roussef (PT) já vem admitindo a necessidade de limitar a variação dos gastos correntes em comparação com o crescimento da economia. Estudos do MBE demonstram que esses gastos devem crescer não mais do que a metade do que cresce o PIB, se quisermos almejar taxas de expansão mais robustas para o País.
Coordenador do Movimento Brasil Eficiente
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