VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 4 de janeiro de 2015

GARGALOS QUE TRAVAM NEGÓCIOS NO RS






zero hora 04 de janeiro de 2015 | N° 18032


CADU CALDAS


CAMINHOS PARA O CRESCIMENTO



Com o novo caixa apertado, novo governador contará com poucos recursos para investir em obras, mas não fazer nada pode custar ainda mais caro no futuro

A falta de chuva que tanto preocupa o Sudeste não chegou a afetar os reservatórios gaúchos, que permanecem em níveis elevados para este período. Mas serve de alerta.

O Rio Grande do Sul não é capaz de produzir toda a energia que utiliza e é obrigado a importar boa parte do que consome de outras regiões. A demanda máxima prevista para o verão de 2015 é de cerca de 7,1 mil megawatts (MW), enquanto a capacidade instalada chega a 4,4 mil MW. No pico, o Estado consegue gerar 63% do que consome.

Os leilões de energia realizados em novembro passado trouxeram boa perspectiva para o setor. Com investimento total de quase R$ 5 bilhões, dois empreendimentos de geração – uma usina térmica a carvão, em Candiota, na Campanha, e outra a gás, em Rio Grande, na Zona Sul – devem sair do papel até 2019. No caso da térmica a carvão, o Estado, que tem cerca de 80% das reservas do mineral no Brasil, não era contemplado com iniciativa do tipo desde 2005.

CUSTO DESEMBOCA NA TARIFA DE LUZ

Outro investimento – de mais R$ 2,7 bilhões em geração de energia eólica na Região Sul – também é promissor. O complexo Campos Neutrais, que abrange os parques eólicos Chuí, Hermenegildo e Geribatu, em Santa Vitória do Palmar, somará capacidade instalada de 583 MW.

O Estado patina quando o assunto são pequenas centrais hidrelétricas (PCH) – usinas com capacidade instalada entre 1 MW e 30 MW. Segundo o coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Edilson Deitos, há pelo menos 64 PCH paradas devido a empecilhos ambientais, de legislação ou outras exigências.

– É uma energia confiável em termos de fornecimento e distribuição. Ou seja, as centrais estão localizadas em diversas regiões e não estão centralizadas, como é o caso de uma usina de maior porte – afirma Deitos, que garante ter pronto um programa de desenvolvimento para a energia do Estado para apresentar ao governador.

O representante da Fiergs critica a demora da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) na liberação de empreendimentos. Isso faz com que seja necessário investir em térmicas para atender à demanda de energia mais rapidamente, o que traz reflexos intensos ao ambiente e na economia, com o custo transferido para as contas de luz, explica.

Com tecnologia de ponta, o Rio Grande do Sul é um dos destaques em produção de grãos no país. A agricultura de precisão garante desempenho de dar inveja a concorrentes no mundo. A eficiência no campo, que tanto orgulha os gaúchos, vai até a porteira. Da fazenda até o porto, onde a mercadoria é embarcada para outros destinos, 13% da produção colhida se perde.

Uma combinação de fatores nocivos – pouco uso de hidrovias, ferrovias desconectadas e estradas esburacadas – contribui para que o alimento produzido no Estado chegue muito mais caro à mesa do consumidor gaúcho. Produtores que ambicionam o centro do país são obrigados a encarar rodovias em péssimas condições porque a extensão da pista do aeroporto Salgado Filho limita o peso da carga que os aviões podem transportar.

Menos competitiva frente aos concorrentes, a produção gaúcha enfrenta dificuldade para crescer, a economia não avança, a arrecadação de impostos encolhe e o Estado é obrigado a se endividar mais para conseguir investir, formando um círculo perverso.

O nó da infraestrutura, que tanto asfixia o desenvolvimento, é um dos pontos de maior complexidade que o governador José Ivo Sartori tem pela frente. O custo logístico não para de crescer, apontam dados da Agenda 2020 – movimento que propõe o planejamento a longo prazo para o Estado. Em 2013, equivalia a 19,46% do Produto Interno Bruto. Em 2014, deve ter alcançado 19,83%. Ou seja, um quinto do preço de tudo que se paga é em decorrência das más condições de infraestrutura. Nos Estados Unidos, não passa de 8,5%. Na Europa, fica abaixo de 8%.

– Conseguir parar o avanço desse custo logístico já seria uma vitória – afirma Paulo Menzel, presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura e integrante da Agenda 2020.

Encontrar soluções é uma missão que não caberá apenas ao governador recém-empossado. Parte delas, como implantação de ferrovias e a construção de aeroportos regionais, depende de decisão federal e do empenho da bancada gaúcha no Congresso na busca por recursos. Outras dependem diretamente de escolhas feitas por Sartori e seu secretariado. ZH aborda três pontos considerados prioritários por especialistas na área: estradas, energia e aeroporto.




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