ZERO HORA 30/01/2015 | 04h01
Levantamento de Zero Hora mostra que despesas de trabalho dos parlamentares eleitos pelo Estado chegaram a R$ 41,7 milhões
por Guilherme Mazui e Rodrigo Saccone
Rio Grande do Sul conta com 31 cadeiras no plenário da Câmara dos Deputados Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado / Agência Senado
Bancar durante quatro anos despesas de trabalho — como passagens aéreas, combustível e divulgação — dos deputados federais gaúchos custou aos cofres públicos R$ 41,7 milhões. O valor consta em levantamento de ZH, a partir dos gastos com verba indenizatória. Com esses recursos, seria possível construir 18 creches para até 240 crianças ou quatro unidades de pronto atendimento para 450 pacientes por dia em Porto Alegre, por exemplo.
A soma inclui a prestação de contas de 38 parlamentares (são 31 cadeiras) que passaram pela Câmara na legislatura iniciada em 2011 e que se encerra no domingo. Não foram incluídos os suplentes Afonso Motta (PDT) e Fernando Zachia (PMDB), que só tomaram posse em janeiro deste ano.
O levantamento é baseado em dados referentes à cota para o exercício da atividade parlamentar — no caso do RS, é de R$ 37,2 mil por mês. Quem mais usou a verba indenizatória foi José Stédile (PSB), com R$ 1,5 milhão.
— Meu principal gasto foi com a impressão de informativos que envio para as categorias que representei no parlamento. Foi um dinheiro gasto em defesa dos interesses da sociedade — diz Stédile.
A maior despesa da bancada foi em passagens aéreas (R$ 7,7 milhões), em especial no último ano, com as eleições. Entre 2013 e 2014, os parlamentares mais do que dobraram o gasto com voos: de R$ 949,4 mil para R$ 2,3 milhões.
Não é possível comparar os gastos com a legislatura de 2007 a 2010. O atual modelo da cota para o exercício da atividade parlamentar foi instituído em 2009.
Curiosidades de Brasília
— Entre 2011 e 2014, a bancada gaúcha apresentou 712 projetos. Quem mais protocolou propostas foi Giovani Cherini (PDT), com 84. Para discursar, os gaúchos foram à tribuna 5,9 mil vezes.
— Os parlamentares do RS compareceram em 78,33% das sessões. Luiz Carlos Busato (PTB) e José Otávio Germano (PP) foram os mais ausentes. Proporcionalmente ao período de mandato, Busato teve 34 faltas (todas justificadas) nas 71 sessões possíveis: 47,88% de ausência. Ele explica que, como presidente estadual do PTB, dedica parte de sua agenda à organização do partido. Germano, por sua vez, somou 158 faltas (153 justificadas). Seu gabinete informa que a maioria das faltas foi por motivo de saúde, para tratamento de hérnia de disco.
— Imprimir informativos sobre os mandatos dos deputados custou R$ 6,8 milhões. O principal usuário desta rubrica foi Ronaldo Zulke (PT), com R$ 669 mil. O gabinete do deputado informa que ele distribui periodicamente um informativo em sua base eleitoral com prestações de contas. Zulke também imprimiu uma cartilha sobre a BR-448.
— A telefonia respondeu pela terceira maior despesa da bancada gaúcha: R$ 5,9 milhões em quatro anos. Henrique Fontana (PT), com R$ 344,5 mil, teve a conta mais gorda. O petista também liderou o uso da verba indenizatória com serviços postais (R$ 166,3 mil). O deputado justifica o gasto pelo perfil municipalista do mandato, com uma base ampla.
— O aluguel de veículos consumiu R$ 5,7 milhões na legislatura que se encerra. Teria sido mais barato para cada parlamentar comprar dois Renault Fluence, modelo oficial utilizado pelos senadores. Darcísio Perondi (PMDB) liderou a despesa ao pedir reembolso de R$ 387 mil. O deputado diz que aluga um carro em Brasília e outro no Rio Grande do Sul, utilizado para viajar a 182 municípios.
— Os pagamentos por consultorias privadas atingiram R$ 3,1 milhões. Renato Molling (PP) liderou o gasto com R$ 325,1 mil. O deputado informa que recorre ao serviço para análise e apresentação de emendas em medidas provisórias com questões tributárias.
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/01/quanto-gastaram-os-deputados-federais-gauchos-entre-2011-e-2015-4690434.html
Levantamento de Zero Hora mostra que despesas de trabalho dos parlamentares eleitos pelo Estado chegaram a R$ 41,7 milhões
por Guilherme Mazui e Rodrigo Saccone
Rio Grande do Sul conta com 31 cadeiras no plenário da Câmara dos Deputados Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado / Agência Senado
Bancar durante quatro anos despesas de trabalho — como passagens aéreas, combustível e divulgação — dos deputados federais gaúchos custou aos cofres públicos R$ 41,7 milhões. O valor consta em levantamento de ZH, a partir dos gastos com verba indenizatória. Com esses recursos, seria possível construir 18 creches para até 240 crianças ou quatro unidades de pronto atendimento para 450 pacientes por dia em Porto Alegre, por exemplo.
A soma inclui a prestação de contas de 38 parlamentares (são 31 cadeiras) que passaram pela Câmara na legislatura iniciada em 2011 e que se encerra no domingo. Não foram incluídos os suplentes Afonso Motta (PDT) e Fernando Zachia (PMDB), que só tomaram posse em janeiro deste ano.
O levantamento é baseado em dados referentes à cota para o exercício da atividade parlamentar — no caso do RS, é de R$ 37,2 mil por mês. Quem mais usou a verba indenizatória foi José Stédile (PSB), com R$ 1,5 milhão.
— Meu principal gasto foi com a impressão de informativos que envio para as categorias que representei no parlamento. Foi um dinheiro gasto em defesa dos interesses da sociedade — diz Stédile.
A maior despesa da bancada foi em passagens aéreas (R$ 7,7 milhões), em especial no último ano, com as eleições. Entre 2013 e 2014, os parlamentares mais do que dobraram o gasto com voos: de R$ 949,4 mil para R$ 2,3 milhões.
Não é possível comparar os gastos com a legislatura de 2007 a 2010. O atual modelo da cota para o exercício da atividade parlamentar foi instituído em 2009.
Curiosidades de Brasília
— Entre 2011 e 2014, a bancada gaúcha apresentou 712 projetos. Quem mais protocolou propostas foi Giovani Cherini (PDT), com 84. Para discursar, os gaúchos foram à tribuna 5,9 mil vezes.
— Os parlamentares do RS compareceram em 78,33% das sessões. Luiz Carlos Busato (PTB) e José Otávio Germano (PP) foram os mais ausentes. Proporcionalmente ao período de mandato, Busato teve 34 faltas (todas justificadas) nas 71 sessões possíveis: 47,88% de ausência. Ele explica que, como presidente estadual do PTB, dedica parte de sua agenda à organização do partido. Germano, por sua vez, somou 158 faltas (153 justificadas). Seu gabinete informa que a maioria das faltas foi por motivo de saúde, para tratamento de hérnia de disco.
— Imprimir informativos sobre os mandatos dos deputados custou R$ 6,8 milhões. O principal usuário desta rubrica foi Ronaldo Zulke (PT), com R$ 669 mil. O gabinete do deputado informa que ele distribui periodicamente um informativo em sua base eleitoral com prestações de contas. Zulke também imprimiu uma cartilha sobre a BR-448.
— A telefonia respondeu pela terceira maior despesa da bancada gaúcha: R$ 5,9 milhões em quatro anos. Henrique Fontana (PT), com R$ 344,5 mil, teve a conta mais gorda. O petista também liderou o uso da verba indenizatória com serviços postais (R$ 166,3 mil). O deputado justifica o gasto pelo perfil municipalista do mandato, com uma base ampla.
— O aluguel de veículos consumiu R$ 5,7 milhões na legislatura que se encerra. Teria sido mais barato para cada parlamentar comprar dois Renault Fluence, modelo oficial utilizado pelos senadores. Darcísio Perondi (PMDB) liderou a despesa ao pedir reembolso de R$ 387 mil. O deputado diz que aluga um carro em Brasília e outro no Rio Grande do Sul, utilizado para viajar a 182 municípios.
— Os pagamentos por consultorias privadas atingiram R$ 3,1 milhões. Renato Molling (PP) liderou o gasto com R$ 325,1 mil. O deputado informa que recorre ao serviço para análise e apresentação de emendas em medidas provisórias com questões tributárias.
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/01/quanto-gastaram-os-deputados-federais-gauchos-entre-2011-e-2015-4690434.html
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