VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 17 de janeiro de 2015

FALTOU SENSIBILIDADE A SARTORI



ZERO HORA 17 de janeiro de 2015 | N° 18045


POLÍTICA MAIS | Rosane de Oliveira




A opinião dos deputados da base aliada ajudou a sepultar a possibilidade de o governador José Ivo Sartori fazer um gesto simbólico neste momento em que seus secretários desenham um cenário tenebroso para os próximos meses. Sartori chegou a pensar em vetar o reajuste do próprio salário, mas resolveu consultar os deputados da base aliada, num encontro reservado, e a maioria sugeriu que sancionasse os aumentos.

A justificativa dos deputados é de que o subsídio do governador está congelado há oito anos (Tarso Genro recusou aumento) e que quem ocupa o cargo mais importante do Estado não pode ganhar menos do que um deputado. Ninguém pensou no quanto o aumento para quem está no topo da pirâmide salarial torna difícil explicar para o andar de baixo que terá de fazer sacrifícios.

Dizer que não foi ele quem propôs os aumentos é uma justificativa simplória. O governador tinha três possibilidades: sancionar, vetar ou se omitir, deixando para a Assembleia promulgar as leis. Essa terceira seria a pior das hipóteses, por significar um atestado de covardia. Sartori decidiu pagar para ver: sancionou todos os reajustes aprovados pelos deputados. Deixou para a Assembleia apenas o plano de carreira dos servidores da Assembleia, que aumenta salários, corta funções gratificadas e cria uma figura que pode ser traduzida como “efetivação de CCs”, para que possam se aposentar com os bons salários que recebem há anos, sem jamais ter feito concurso público.

É verdade que, no oceano das contas públicas, o aumento do governador e do vice é uma gotícula. Abrir mão do reajuste seria um gesto simbólico em um Estado falido e tiraria discurso da oposição. Sartori preferiu se aconselhar com deputados, torrou boa parte do seu patrimônio político e sancionou os aumentos no mesmo dia em que seus aliados foram apresentados ao resultado do trabalho de uma consultoria que aponta um rombo de R$ 7,1 bilhões nas contas de 2015.



POSTAL E SEU PALPITE INFELIZ


Escalado para defender a sanção dos aumentos, o líder do governo, Alexandre Postal, disse que seria “hipocrisia” e “demagogia” o governador José Ivo Sartori vetar os reajustes.

Para quem terá a missão de defender as medidas duras que o Piratini diz que vai adotar, Postal foi infeliz na justificativa. É verdade que a supressão dos reajustes não salva o Estado, mas o que o deputado chama de “demagogia” seria um gesto simbólico para respaldar o discurso do governo.



PROPOSTA BOMBARDEADA

A sugestão de terceirizar a cobrança da dívida, feita pela consultoria PwC, esbarra na Constituição: a tarefa é exclusiva da Procuradoria-Geral do Estado.

O presidente da Associação dos Procuradores, Luiz Fernando Barboza dos Santos, lembra que a resolução 33/2006, do Senado, que autoriza os Estados a “ceder dívidas” é alvo de uma ação direta de insonstitucionalidade.

Dos R$ 31 bilhões da dívida ativa, menos de R$ 8 bilhões são considerados possíveis de recuperar.



MUNIÇÃO PARA O DISCURSO



A divulgação do estudo que projeta um rombo de R$ 7,1 bilhões nas contas do Estado em 2015, ontem, mobilizou imediatamente a bancada estadual do PT. Em uma reunião com ex-secretários do governo Tarso Genro, os deputados afinaram o discurso para a largada do ano legislativo, em fevereiro, e dispararam críticas ao cálculo feito pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) e externado pelo governo Sartori.

O ex-secretário da Fazenda Odir Tonollier diz que a projeção faz parte de uma “engenharia político-financeira” que “abriria caminho para as privatizações da Corsan e do Banrisul”.

– Coloco dúvidas sobre a existência desse trabalho. A PwC não faz uma auditoria em poucas semanas e eu conheço as alternativas deles. Não são apenas as que vocês publicaram (em referência à coluna de sexta-feira).

Odir, no entanto, não contesta os números apresentados e afirma que caberá ao Piratini buscar alternativas de receita:

– Todo governo começa com perspectiva de déficit, porque leva em conta apenas as receitas ordinárias, como o ICMS, o IPVA etc. Ao longo do ano, tem de buscar outros recursos. Isso acontece com todos.



O RS TEM UM GOVERNADOR QUE NÃO FALA (SARTORI) E UM EX-GOVERNADOR QUE NÃO CALA: TARSO GENRO VIROU COMENTARISTA NO TWITTER.

ALIÁS

A emenda que proibia o pagamento do auxílio-moradia sem uma lei específica foi sonho de uma noite de verão: mesmo sancionada, não tem efeito prático. Juízes e membros do MP vão continuar ganhando um extra de R$ 4,3 mil, por uma liminar da Justiça.

SÓ NO BLOG

As contradições do discurso do ministro Eliseu Padilha sobre a ampliação do aeroporto Salgado Filho e a dificuldade de entendimento entre os políticos envolvidos na discussão devem causar prejuízo ao Estado. Leia mais em www.zerohora.com/ blogdarosane

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