ZERO HORA 06 de janeiro de 2015 | N° 18034
EDITORIAIS
O governador José Ivo Sartori deve ter razões consistentes para inaugurar seu período de gestão com o anúncio de suspensão nos pagamentos de contas herdadas da administração anterior. De saída, porém, faltou com o compromisso assumido perante os gaúchos de privilegiar a transparência de seus atos ao fazer com que a sociedade tomasse conhecimento só ontem, pelo Diário Oficial, da dimensão dos cortes e das áreas atingidas. E ainda não há clareza suficiente sobre o conjunto das decisões, sobre o contexto em que foram tomadas, nem sobre aonde o Estado pretende chegar com essas providências.
Ainda que a situação das finanças públicas gaúchas seja efetivamente crítica e que medidas de austeridade se imponham como inevitáveis, a população precisa dispor do máximo de informações para firmar seu próprio juízo, apoiando ou não as providências. Não houve, porém, uma estratégia de comunicação à altura da relevância das iniciativas – pressuposto para qualquer mudança ser percebida com clareza, com menos chances de provocar mal-entendidos e mesmo instabilidade.
O Estado precisa perseguir a busca do equilíbrio das contas públicas como prioridade, o que vai exigir providências efetivas sob o ponto de vista do rigor fiscal. Mas, para isso, deve deixar claro aonde quer chegar, em que contexto define opções e quais reformas estruturais pretende promover – questões em relação às quais não há qualquer clareza até agora.
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