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quinta-feira, 5 de maio de 2011

CASO BANRISUL - FRAUDE PAGARIA INGRESSOS PARA EVENTOS E JOGOS

Esquema pagaria até ingressos para shows. Fraude incluiria entradas de eventos e jogos, aponta denúncia do MP - ADRIANA IRION - ZERO HORA 05/05/2011

A investigação que apurou um suposto esquema de superfaturamento no marketing do Banrisul apontou indícios de que uma agência de publicidade teria concedido favores a funcionários do banco e ao governo. Agrados como a compra de ingressos para shows e jogos de futebol e o pagamento de serviços solicitados pelo Piratini, no período investigado, seriam rotineiros e visariam à garantia de ganhos maiores do que os previstos em contrato, segundo o Ministério Público (MP).

Trecho da denúncia do MP, acatada pela Justiça na semana passada, aponta que e-mails “revelaram que há anos existia uma relação promíscua entre a agência DCS e o Banrisul.” A sistemática consistiria, segundo a investigação, em, depois de prestar benefícios como compra de ingressos para shows ou pagamentos de serviços (como a contratação de um guindaste), a agência se ressarcir por meio do incremento de orçamentos de ações publicitárias e de honorários e da apropriação dos chamados bônus por volume (BVs). Os bônus são valores pagos por veículos de comunicação a agências de publicidade, conforme a quantidade de clientes que as agências levam a anunciarem nos veículos.

Sócio de agência afirma que a prática era apenas gentileza

Segundo a investigação, os suspeitos teriam estabelecido “uma espécie de conta corrente/contábil paralela entre a agência de publicidade, o Banrisul e o governo.” Funcionaria como uma troca de favores. Por exemplo: alguém do banco pedia ingressos para um show. A agência os adquiria e, na elaboração dos orçamentos de ações de propaganda (objeto do contrato), o valor daqueles ingressos seria embutido.

Conforme consta na denúncia do MP, Antônio D’Alessandro, um dos sócios da DCS e réu no caso, “concedeu favores aos diretores e funcionários do Banrisul, primordialmente a Walney José Wolkmer Fehlberg (à época, superintendente de marketing do banco), tais como aquisições de ingressos e pagamentos de despesas do Banrisul e do governo do Estado, a fim de obter, em contrapartida, a conivência para remunerar a si e a sua agência de publicidade DCS NET SA além do previsto no contrato entre banco e agência.”

Quando prestou depoimento à PF, D’Alessandro afirmou que a prática de compra de ingressos é uma “gentileza” para com os clientes e que os valores não eram cobrados posteriormente. A explicação não convenceu o MP, especialmente pelas informações coletadas em troca de emails, que tratariam de como valores deveriam ser embutidos e, honorários, aumentados. Supostas orientações sobre como compensar os valores estariam registrados em emails analisados na investigação.

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