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sábado, 28 de maio de 2011

A INTERVENÇÃO DE LULA

EDITORIAL ZERO HORA 28/05/2011


É no mínimo constrangedora para a presidente Dilma Rousseff a intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo de condução política de seu governo. A missão de comandar o país é dela, não de seu antecessor. Compete, portanto, à presidente decidir o que fazer em relação ao ministro-chefe da Casa Civil, que ainda deve explicações convincentes à nação. Por melhor que tenham sido as intenções de seu antecessor, é impositivo que a presidente da República retome a condução política do governo, dando continuidade, no seu estilo, ao exercício das atribuições relacionadas ao mais alto cargo público do país.

Eleita por expressiva maioria num dos pleitos mais disputados do país, a primeira mulher a ocupar o Planalto conseguiu imprimir um estilo próprio desde o início, mesmo num governo marcado pela continuidade. Algumas características mais pessoais contribuíram para um imediato reconhecimento de sua competência gerencial. Entre elas, estão a firmeza nas negociações para a definição de sua equipe, a montagem de uma ampla base parlamentar de apoio no Congresso, mesmo com a insistência em cobrar um perfil adequado para os ocupantes de postos de segundo escalão, e a determinação de não permitir que o descontrole nos gastos públicos, acelerado pelo governo anterior durante a campanha eleitoral, tivesse continuidade, trazendo de volta a inflação. A essas qualidades, somaram-se uma atuação discreta, um comedimento nas palavras e uma rejeição a atos paternalistas ou condescendentes, mais associados a seu antecessor, que a levaram a registrar níveis de popularidade nunca vistos em pesquisas de opinião pública.

Nesse cenário, é inadequado que, diante da primeira grande crise política de seu governo, a presidente Dilma Rousseff precise ser socorrida pelo ex-presidente Lula, de forma estrepitosa, nas negociações com aliados. Por mais que o ex-presidente continue a contar com o reconhecimento de uma expressiva parcela dos brasileiros, a duplicidade de comando tem potencial para frustrar os eleitores. Ainda mais que o atual governo tem o apoio de uma coalizão ampla, que deveria se mostrar mais proativa em momentos de impasse político como o atual.

Cabe à presidente da República negociar com a base aliada e decidir o que fazer em relação ao ministro-chefe da Casa Civil. Por melhor que tenham sido as intenções do ex-presidente, é impositivo que a primeira mandatária retome o comando e demonstre na prática que tem aptidão não apenas para gerenciar o país, mas também para comandá-lo politicamente e de acordo com os compromissos de seu discurso de posse.

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