VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 10 de maio de 2011

FANTASMAS DO PASSADO

PAGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - ZERO HORA 10/05/2011

Absolvido nas urnas em 2010, quando foi reeleito com 110.788 votos, o deputado José Otávio Germano (PP) não está livre dos fantasmas do Detran. Depois de três anos e cinco meses da deflagração da Operação Rodin, a Procuradoria-Geral da República denunciou o deputado ao Supremo Tribunal Federal por peculato. O STF tem dois caminhos: arquivar a denúncia ou aceitá-la, transformando o deputado em réu.

O pesadelo de José Otávio começou na manhã de 8 de agosto de 2008, quando o Ministério Público Estadual apresentou, em entrevista coletiva, a notícia-crime que estava encaminhando contra ele e divulgou áudios de gravações captadas em conversas dele com suspeitos de participação da fraude do Detran. A sessão de audição das gravações, no Salão Nobre da sede do MP, criou um mal-estar com os procuradores do Ministério Público Federal, que haviam trabalhado com o mesmo material e deixado José Otávio de fora.

À época, levantou-se a suspeita de que o MPF havia ignorado o papel do deputado porque ele tinha foro privilegiado e, se fosse pedida autorização para investigá-lo, isso levaria todo o processo para Brasília, reduzindo as chances de punição dos suspeitos.

Em 40 páginas, o MPE detalhou os indícios contra o deputado e estabeleceu conexões entre ele e outros acusados pela fraude no Detran. Em anexo, incluiu cópia dos áudios considerados comprometedores pelos promotores que atuaram no caso. Uma das gravações, de conversa com Antônio Dorneu Maciel, ex-diretor da CEEE, é assim transcrita: “Maciel liga para José Otávio e diz que está no escritório. José Otávio diz que está em casa, mas diz que pode deixar com Ana Cláudia. Maciel pergunta quanto é. José Otávio diz que é 71 (sete um) e Maciel diz que ficou um para trás, que depois ele pega, “dei 70 (sete zero)”. José Otávio diz tá bom, no outro mês...”.

Confrontado com a gravação, o deputado alegou que 71 era seu lugar na fila para uma votação para o conselho do Grêmio. A defesa vem sustentando que ele foi investigado ilegalmente. Por ter foro privilegiado, só poderia ter sido investigado com autorização do STF.

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