VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CULTURA DA BARGANHA


PÁGINA 10 | LETÍCIA DUARTE (Interina)- ZERO HORA 16/05/2011


Até que demorou para vir à tona o descontentamento de setores do PT com a partilha de cargos do governo Tarso. O chororô exposto na troca de e-mails entre representantes do partido no Interior, revelado pela reportagem de Leandro Fontoura, repete-se governo após governo, em variações sobre o mesmo tema.

Para quem não acompanha as entranhas da luta pelo poder, pode parecer estranho que a gritaria se dê em torno de cargos tão secundários como os estagiários do Banrisul. Mas nessa microescala reside a mesma lógica que permeia as grandes disputas: em um município do Interior, ter o poder de indicar um jovem para um emprego como esse é uma grande chance de fazer média com a família do contemplado, que tenderá a retribuir com votos de gratidão no futuro. Não por acaso, a indicação desses estagiários é historicamente uma das mais ferrenhas áreas de contenda – e um ingrediente importante de campanhas a vereador e a deputado.

No governo de Yeda Crusius, eram notórias as reclamações de que ainda havia gente indicada pelo antecessor ocupando CCs. No governo de Germano Rigotto, não faltavam colegas do PMDB reclamando de espaços ocupados pelo PP e pelo PDT. A situação se agrava em governos de coalizão, que precisam acomodar interesses de diferentes partidos, em nome da governabilidade.

Em países mais desenvolvidos, há menos espaço para a barganha porque a regra é ter uma burocracia estável e comprometida com o interesse público. Enquanto, no Brasil, são quase 22 mil cargos comissionados, na Inglaterra são 500 e, na Alemanha, 300. Por outro lado, o funcionalismo público brasileiro tem a pecha de acomodado e ineficiente.

Bom seria se a preocupação com o preenchimento dos cargos fosse motivada pelo interesse público. Mas por aqui ainda vigora a lei do toma lá dá cá.

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